Manuais - encerrado para férias
Grelha de Manuais 2008
A Arte de Pensar (Didáctica) |
(Clicar no nome de cada manual para aceder ao texto completo)
Rolando Almeida
Tenho o maior respeito pelos colegas que fazem manuais, mas penso que alguma coisa tem de mudar nos seus trabalhos e foi essa a ideia que procurei transmitir. Se pudermos assumir que aprendemos uns com os outros, melhor para todos. Curiosamente o maior problema que vejo nos manuais nem é a sua qualidade ou falda dela, mas o problema instalado com a injusta lei dos manuais. Agora o Ministério quer certificar os manuais. Se a adopção fosse livre por cada professor, o próprio mercado haveria de se encarregar de escolher os melhores e deixar os menos bons fora da corrida. Por outro lado, sem uma lei impositiva de manuais, os editores não sentiam a necessidade de encher de fotografias coloridas os seus manuais feitos no papel mais caro que há para livros. Podiam fazer livros a duas cores que custariam 10€ em vez de quase 30€. Os livros vender-se-iam de forma livre nas livrarias. Os alunos carenciados podiam continuar a ser apoiados, o que sairia até mais barato ao Ministério. Abraço a todos quanto participaram e deixaram as vossas sugestões e os desejos de boas adopções. Em relação ao meu apelo para os colegas escreverem as suas próprias críticas, a estatística é muito fácil de fazer. Obtive 0 (Zero) participações de análise deste ou daquele manual, mas recebi comentários às centenas, muitos deles de um reaccionarismo violento. Procurei responder pacientemente a todos, mas a verdade é que também tenho os meus dias. Uma última palavra desencadeada, em partes, pelas dezenas de comentários que recebi durante este meu trabalho a acusar-me de que o que eu gosto mesmo é do Arte de Pensar. Ora bem, penso que não é vergonha nenhuma assumir publicamente que o Arte de Pensar é realmente o manual que mudou muito na minha prática de ensino da filosofia. E penso que também era positivo assumir que todos aprendemos com o Arte. São muitas as vezes que ouço dizer que se deve dar lugar à pluralidade de manuais. Ora, isso foi precisamente o que o Arte veio a oferecer. Antes dele onde é que existia a tal pluralidade? Agora que ela existe é possível optarmos por um ou outro manual. Antes do Arte quem falava em Crença Verdadeira Justifica? Onde podemos encontrar as traduções que agora todos os outros manuais usam incluindo algumas traduções de conceitos e expressões? Não penso que exista problema em aprender com um manual, mas estou convencido que existe muita hipocrisia em não saber assumir isso. Quer se queira, quer não, o Arte de Pensar tem mudado a nossa cultura de ensino da filosofia e não faz qualquer sentido alimentar guerras que ninguém deseja quando se trata de uma actividade que nos diz respeito a todos. De resto, quem gosta vota a adopção e quem não gosta tem sempre alternativas. Encontramo-nos daqui a 5 anos, se tudo correr bem para a filosofia e para a minha saúde e paciência. Entretanto, para os vossos contactos, ofensas, ataques, elogios e, já agora, argumentos, continuarei com outros ofícios no blog.