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A Filosofia no Ensino Secundário

Novidades editoriais de interesse para estudantes e professores de Filosofia.

A Filosofia no Ensino Secundário

Novidades editoriais de interesse para estudantes e professores de Filosofia.

NOVO ENDEREÇO: http://filosofiaes.blogspot.com/

 A mudança andava prometida. Tenho tido alguns problemas com os editores externos que uso para publicar no blog da sapo. Quando os problemas aparecem insisto muito com os técnicos de serviço, mas, talvez paranóia minha, fico com a sensação que estou a maçar demais, ao ponto de, talvez por isso, alguns mails meus não serem, sequer, respondidos. Se tenho a solução mesmo aqui ao lado, qual a razão de manter na Sapo que me tem deixado à perna meia dúzia de problemas? Agora é de vez. A partir de hoje, o blog, A Filosofia no Ensino Secundário passa a ter este endereço: http://filosofiaes.blogspot.com/.

Alguns posts antigos vão ser republicados passo a passo, principalmente o trabalho de análise de manuais. Mesmo assim, a FES na sapo não desaparece. Continua a funcionar como arquivo, ao passo que a continuidade é dada pelo novo endereço.

Para já, quem sabe fruto do calor, estou em desânimo para criar um aspecto original. A minha opção recai sempre entre o simples e o irreverente, quase punk. Para o efeito prefiro o simples: texto a negro e fundo branco. Espero que seja do agrado de todos, mesmo confundindo-se um pouco com o aspecto de um outro blog no qual ocasionalmente colaboro, que é o da Crítica.

Agradeço que actualizem o endereço nos vossos links.

Nova religião digital

 Uma vez mais, no blog de software Peopleware, o colaborador Rui Oliveira faz luz sobre a religião da nova era digital, o freeware. Como estou impedido de usar livremente a secção de comentários desse blog, escrevo aqui algo sobre um dos últimos posts do autor. Claro que o que aqui interessa é lançar alguns argumentos para uma questão que ainda está longe de encerrar uma verdade, motivo autosuficiente para debater o problema. A notícia do post refere-se a uma condenação nos EUA por um utilizador da internet que tirou músicas livremente sem as pagar, numa habitual partilha de ficheiros. Mas a verdade é que no último parágrafo do texto, Rui Oliveira levanta um problema interessante:

 

 “Imagine que você vai a um concerto da sua banda favorita e grava algumas das suas músicas e mais tarde distribui aos seus amigos. Será que está a fomentar a pirataria ou simplesmente a promover a sua banda favorita?

 

Bem, não me parece de todo que ao objectar aqui um argumento do Rui, esteja intencionalmente a publicitar o seu trabalho, mas em certo sentido é verdade         que faço alguma publicidade, ou, numa palavra talvez com conotação menos comercial, faço alguma divulgação. O problema que aqui se pode colocar é se o meu acto prejudica o interesse de terceiros? No caso da música prejudica e já explicarei o meu argumento. Mas nas caixas de comentários alguns leitores referem que muitos músicos enriquecem graças à divulgação massiva proporcionada pela internet. E tal até é verdade, não só para músicos, mas também para escritores por exemplo. Mas é preciso pensar que artistas beneficiam que a divulgação massiva da internet? Serão os pequenos artistas ou, pelo contrário, os artistas com pouca ou nenhuma projecção?

Nos primeiros anos da internet, muito se teorizou sobre o assunto e parecia mais ou menos pacífico o argumento de que finalmente os artistas se podiam ver livres das imposições comerciais dos grandes grupos editoriais. Alguns músicos famosos como David Bowie foram pioneiros ao disponibilizarem músicas suas, inéditas e de forma gratuita na internet. A verdade descoberta principalmente com o advento da net 2.0 é que a internet não livrou os criadores das imposições de mercado e do capitalismo agressivo. Artistas como David Bowie ou como o caso mais recente dos Radiohead, podem disponibilizar discos inteiros na internet cabendo ao utilizador a decisão se quer ou não pagar alguma coisa para descarregar o disco. Ao mesmo tempo não faltam companhias e empresas ansiosas de patrocinarem operações desta natureza. Algumas delas – como o caso dos Radiohead – são decisões apoiadas pelas próprias editoras. E por que razão isto acontece? Precisamente porque só os grandes e gordos artistas beneficiam com o download gratuito. Continuam a viver da música, sempre acompanhados de grandes e chorudos patrocínios, ao passo que o pequeno criador continua, como antes do advento da internet, a ser esmagado pelo mercado absorvido pelos grandes. Se o José Saramago quiser disponibilizar o seu mais recente livro gratuito na internet, não lhe faltarão patrocinadores a pagar bem, assim como milhares de utilizadores vão pagar livremente 1 ou 2 euros para descarregar o livro. Eu já paguei para descarregar livros quantias como 1€. E fi-lo de livre vontade. Acontece que o pequeno artista, que tem um emprego como caixa de supermercado e faz música nas horas livres, se depara com as seguintes dificuldades:

1)      Oferece gratuitamente o seu disco na internet, mas ninguém lhe vai pagar nem sai do pequeno circuito de amigos e conhecidos

2)      Não consegue qualquer patrocinador, nem ganhará milhões na publicidade já que as regras de mercado são essas: não chega a muita gente, logo, não vende e não é apoiado.

Neste passo o mais provável é que o leitor esteja a pensar: mas, afinal, qual a diferença do mundo de mercado antes da internet e depois da internet? A resposta é simples: nenhuma! E o problema é mesmo esse. O freeware, ao contrário do que argumentam muitos dos seus adeptos, incluindo Rui Oliveira, não constitui qualquer versão alternativa do funcionamento das coisas ao que já conhecíamos mesmo sem internet. O freeware não combate o monopólio da Microsoft. É mais do mesmo.

Mas existe uma diferença e que se liga directamente ao que estou aqui a defender. Se um disco é gravado numa editora, ele não só dá emprego às pessoas da editora, como alimenta todo um processo económico de distribuição e venda. Por exemplo, quando vamos à Fnac e compramos um disco estamos a pagar ao artista, à editora, à empresa que produz a matéria prima de que é feito o disco, à empregada da limpeza, etc. No freeware e com a net 2.0 grande parte deste trabalho é produzido gratuitamente e por amadores. Quem ganha com isto? Os gordos da Google, por exemplo. Como se vê o mundo do gratuito e do freeware não constitui qualquer alternativa para controlar os grandes grupos económicos, com a agravante de que os monopólios criados são governados por um núcleo de pessoas muito reduzido, como são exemplos a wikipédia, muitas versões Linux e a Google. Eles são outra face da mesma moeda e continuam a existir, razão pela qual tenho pensado que só o fanatismo digital pode conduzir pessoas como Rui Oliveira a não conseguirem observar esta realidade. Mas o Rui é um exemplo de um blog que sigo. Como ele muitas outras pessoas igualmente com conhecimentos sólidos nas mais variadas matérias, defendem a mesma religião free. E ao contrário do que observa o autor do post que motivou este meu texto, o problema não é unicamente legal. Antes de ser um problema legal é realmente um problema que merece ampla discussão, já que ninguém tem a verdade no bolso pronta a servir.

Problemas again

 De novo problemas com a sapo blogues, impedem-me de estar a postar com maior frequência. Vamos ver se é mesmo desta que mudo de vez de fornecedor de serviços. Tanto o Zoundry Raven, como o Windows Live Writter, os dois editores de texto de recurso, deixaram de identicar a conexão. Vamos esperar a resposta da parte da Sapo e decidir de vez se é mesmo desta que se avizinha a mudança de morada. Claro que tenho o editor interno do blog, mas desse já nem quero falar pois os recursos são poucos e perde-se muito mais tempo para compor um post com imagens. De todo o modo, como também tenho direito a férias, vou aguardando até publicar os posts prontos sobre Michael Ruse e Mani Bhaumik.

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Blog de divulgação da filosofia e do seu ensino no sistema de ensino português. O blog pretende constituir uma pequena introdução à filosofia e aos seus problemas, divulgando livros e iniciativas relacionadas com a filosofia e recorrendo a uma linguagem pouco técnica, simples e despretensiosa mas rigorosa.

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