Novidade saborosa
Há AQUI uma novidade muito saborosa.
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Há AQUI uma novidade muito saborosa.
O facto de as religiões poderem ser tão desavergonhadamente desonestas, tão desdenhosas em relação à inteligência dos seus adeptos e continuarem a florescer não abona muito a favor da integridade mental dos crentes.
Carl Sagan, O cérebro de broca, reflexões sobre a beleza da ciência, Gradiva, p.257
Em Maio de 2006 inaugurei este blog com um post sobre as touradas. Recentemente o problema teve atenção mediática já que a Câmara Municipal da cidade de Viana do Castelo proibiu a realização de touradas na cidade. Do que vi na TV dois argumentos principais foram usados em favor das touradas, 1) o argumento da tradição e 2) o argumento de que as touradas não prejudicam o próximo já que se faz em recinto fechado e só lá vai quem quer. Sobre o argumento 1) replico aqui a exposição que fiz em 2006 (ver abaixo). O argumento 2) ouvi-o pela parte do opinion maker da TVI, Miguel Sousa Tavares. Só que o argumento 2) não funciona porque ignora que o que está moralmente em causa é se o touro enquanto animal senciente sofre, isso é ou não moralmente relevante?* É evidente que os seres humanos não sofrem com as touradas e até parece que os adeptos das touradas apreciam e se divertem com esse espectáculo. Seja como for, é pena que os filósofos da ética da nossa praça não tomem parte da discussão pública nem se manifestem e deixem a mesma nas mãos dos fazedores de opinião que, mesmo com muita boa vontade, não estão habilitados a discutir racionalmente o problema por desconhecimento evidente do que realmente importa para saber discutir o problema. Por outro lado, vamos imaginar que MST vivia no século 18 e a Câmara Municipal de Viana tinha proibido a escravatura dos negros. Como, nesse século, os negros não eram considerados humanos, é possível que MST defendesse que não há qualquer problema em escravizar os negros, já que nenhum ser humano vai sofrer com o facto de alguns seres humanos escravizarem negros.
Objecção ao argumento 1):
Um dos argumentos mais usados em favor das touradas é o da tradição. Pois bem, poderemos formular este argumento do modo seguinte:
Tudo o que é tradição merece ser preservado A tourada é tradição Logo, a tourada merece ser preservada. |
Segundo este raciocínio, poderemos também seguir o seguinte:
Tudo o que é tradição merece ser preservado Apedrejar mulheres infiéis em algumas culturas é tradição Logo, apedrejar mulheres infiéis em algumas culturas deve ser preservado. |
Temos boas razões para pensar que a iniciativa da Câmara Municipal de Viana do castelo envolve boas razões éticas.
*Agradeço a correcção da questão a Aires Almeida
Um dos princípios base da investigação filosófica é o de que as nossas teses devem estar sujeitos à prova. Como é próprio da investigação em filosofia, o filósofo não tem à mão mecanismos de prova empíricos. E existe uma tendência intuitiva, mas discutível, de que a prova empírica é o ponto final de qualquer investigação. Alguém familiarizado com as leituras em filosofia não tem tanta dificuldade em aceitar como uma pessoa que não tem esse hábito que em filosofia não podemos buscar provas empíricas. Este sinal, que até é simples, é , com efeito, motivador de amplas discussões e sobretudo maiores confusões. Por outro lado, como as pessoas intuitivamente não colocam em causa o que os olhos podem ver, torna a disciplina de filosofia muito mais vulnerável a más influências e subtilezas do que a investigação em física, por exemplo (exceptuando aqui a astrologia que até a causalidade da matéria coloca em causa). O efeito mais imediato é o lugar que se abre à imposição do preconceito, razão pela qual um bom início do estudo em filosofia é a análise dos nossos próprios preconceitos.
( Ver mais... )A editora Esfera do Caos tem uma colecção dedicada à ciência com personalidade vincada, a Esfera da Ciência. Vale a pena espreitar. para tal, clicar na imagem acima.
Nos próximos dias 8, 9 e 10 de Maio o Centro Diálogos apresenta de novo um workshop com o professor Oscar Brenifier, um verdadeiro mestre da Filosofia com crianças, jovens e adultos.
O programa apresenta uma facilidade concedida aos participantes das ilhas. Atendendo à deslocação, a organização decidiu um preço especial para os professores dos Açores e Madeira pelo valor único de €120.
Quanto a estagiários de Filosofia e professores sem colocação o preço é de €80. Clicar em Mais para aceder à ficha de inscrição.
( Ver mais... )Alguns comentários que fiz ao mais recente livro de Álvaro Santos Pereira, O medo do insucesso nacional, Esfera dos Livros, 2009, foram publicados no blog do autor, Desmitos. Podem ser lidos AQUI.
Esta é a capa da edição inglesa do último livro do filósofo australiano Peter Singer (a capa da edição americana é mais bonita). O livro promete discussão acesa, como sempre, a focar um problema pouco pacífico. Por cá aguardamos qual o editor que vai agarrar mais esta peça de Singer.
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