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A Filosofia no Ensino Secundário

Novidades editoriais de interesse para estudantes e professores de Filosofia.

A Filosofia no Ensino Secundário

Novidades editoriais de interesse para estudantes e professores de Filosofia.

Tempo para ler

Hoje em dia cada vez mais pessoas compram livros. Mas socialmente estamos com os ouvidos cheios de uma frase que se tornou vulgar: “gostava de ler, mas não tenho tempo para ler”. Na Crítica publiquei em tempos um pequeno artigo onde procuro discutir este argumento, desmontando-o e mostrando tratar-se de um mau argumento. Relanço a discussão expectante que a mesma dê razões às pessoas para pensar que afinal ainda nos sobra algum tempo para dedicar à leitura e é por razões de hábitos culturais e não outras que lemos menos e vemos mais novelas e futebol. O meu artigo pode ser lido AQUI.

 

Nota: A Crítica está temporariamente disponível na modalidade grátis, acessível a todos os leitores. Com efeito só é possível manter a Crítica grátis com a publicidade, isto para poder pagar aos tradutores. Quando acessar á Critica basta clicar na publicidade para a ajudar financeiramente. Ao fim deste período experimental se for possível manter a Crítica gratuita somente com a publicidade, assim o faremos. Obrigado

A História na Gonçalves Zarco

joãogonçalveszarco  Decorreu esta semana a Semana da História na Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco. Uma semana inteira com actividades dedicadas à disciplina que faz parte do Departamento de Ciências Sociais e Humanas, no qual se inclui a Filosofia. Tive oportunidade de participar nesta semana, representando o grupo disciplinar de Filosofia numa mesa redonda onde foram apresentados e debatidos alguns dos acontecimentos mais relevantes do sec. Xx. Aproveitei para falar de ciência, conhecimento , economia e filosofia, numa tese em que argumentei em favor de um ensino rigoroso da ciência e filosofia como motor de uma sociedade capaz de competir num mundo aberto e democrático. Agradeço ao grupo de História a oportunidade dada.

Agradecimento

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Estatísticas de acesso Power Phlogger:
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http://rolandoa.blogs.sapo.pt/


Número de visitas desde 29/10/2008: 38100

 

Estamos no bom caminho. Já ultrapassamos largamente as 100 mil desde que o blog foi criado. O novo contador, colocado em Outubro do ano passado dá conta, até à data, de quase 40 mil. Por que razão é isto importante? Porque é a forma que tenho de ir registando agradecimento a todos que aqui passam e se possam interessar pela filosofia e pela sua divulgação a um público não especializado. Obrigado. Não menos importante é lembrar que em 2006, quando bloguei filosofia pela primeira vez os blogs de filosofia eram escassos, limitando-se a um ou dois sites. Hoje em dia são muitos e bem interessantes os blogs de divulgação da filosofia em língua portuguesa. Atestado pelos próprios autores, o FES serviu de inspiração a muitos desses blogs. E convém sempre lembrar: a blogosfera é só um pequeno passo do trabalho que nos espera  para fazer a filosofia chegar a cada vez mais pessoas.

Desobedecer – uma bibliografia

Manif Recentemente a propósito do ECD, Aires Almeida publicava um texto onde abordava vagamente o conceito de desobediência civil. Mais recentemente lembrei um artigo muito completo de António Paulo Costa que pode ser lido AQUI. Desse artigo vale a pena apanhar a bibliografia básica para quem se decide a saber um pouco mais sobre o que pensam os filósofos acerca do problema da desobediência civil. Com os devidos créditos ao artigo a APC.

- Platão, «Críton» in Êutifron, Apologia de Sócrates, Críton (Imprensa Nacional – Casa da Moeda,

1990). Um diálogo sobre o problema da desobediência à lei.

- Rawls, John «Dever e Obrigação», in Uma Teoria da Justiça (Editorial Presença, 1993). Este

capítulo apresenta uma teoria detalhada sobre a desobediência civil e a objecção de consciência.

- Singer, Peter «A Igualdade e as suas Implicações», in Ética Prática (Gradiva, 2000). Uma

perspectiva utilitarista sobre a igualdade que inclui uma apreciação da discriminação positiva.

- Singer, Peter «Fins e Meios», in Ética Prática (Gradiva, 2000). Uma perspectiva utilitarista

sobre diversos tópicos da filosofia política, incluindo a desobediência civil.

- Swift, Adam, Political Philosophy: A Beginner’s Guide for Students and Politicians (Polity

Press, 2001). Uma excelente introdução.

- Warburton, Nigel «Política», in Elementos Básicos de Filosofia (Gradiva, 1998). Este capítulo

consiste numa introdução elementar à filosofia política.

- Wolff, Jonathan, Political Philosophy: An Introduction (Oxford University Press, 1996). É

uma introdução minuciosa que aborda um vasto leque de temas nesta área da filosofia. (traduzido na Gradiva – nota de RA)

Por que é que se chumba mais a português e matemática?

orelhas-de-burro Ensino na loja dos 300

Para tentar responder a este problema vou arriscar uma hipótese: porque o português e a matemática são disciplinas que não sofrem ameaças de desaparecimento do sistema de ensino e seja qual for a variante de formação, são disciplinas sempre presentes. Mas o mesmo não acontece com disciplinas como química, física, biologia, história (esta menos) ou filosofia.

Uma das dominantes das recentes políticas educativas é minimizar o peso de exigência das disciplinas. O caso recente dos exames de matemática é disso bom exemplo. Se os alunos chumbam, não se lhes exija mais, faça-se-lhes uma concessão e torne-se o exame um exame, vá lá, da treta. No caso da filosofia, acaba-se com o exame que ninguém vai dar por isso e muita gente agradece. No caso da física, substitui-se a carga horária pelas TIC ou áreas de projecto, que a física não é necessária para se ter um bom emprego e além do mais os cursos de física estão às moscas. O melhor mesmo era começar a dar licenciaturas e salários a profissões pouco exigentes em termos intelectuais: aumentava-se o rendimento das famílias e tratava-nos por Drs o que implica mais respeitinho.

Ver mais... )

Vida examinada

A ética estuda as nossas escolhas fundamentais e uma dessas escolhas recai sobre como gastar o nosso dinheiro. Peter Singer explica.

Fama e argumentos maus

Sem título Hoje estava com a TV ligada nas notícias enquanto me preparava para sair de casa. Estava a transmitir em directo a despedida do papa da sua visita a África (não tenho a certeza se é a despedida ou a chegada a Luanda, já que não vi a reportagem toda). Não deixei de notar o temor com que os jornalistas falam quando se referem ao papa. Afirmam sem hesitação que não concordam com o que o papa disse em relação ao uso do preservativo nas relações sexuais, mas que não colocam em causa a moralidade do papa, já que ele é uma autoridade moral. Fiquei, após ouvir este tipo de afirmações corroboradas vezes seguidas, a pensar para que raio temos nós filosofia moral se temos o papa? Se o papa diz, a verdade é revelada.

Mas há aqui um sinal que me parece claro: se o que o papa disse em relação ao preservativo fosse dito por um outro ser sem a relevância mediática do papa ou do Michael Jackson, seria desde logo classificado como absurdo e criminoso. Como foi dito pelo papa, o mundo inteiro desfaz-se em desculpas de um argumento mau usado pelo papa e que mais não nos diz senão a sua falibilidade como ser humano para além de deixar claras as fragilidades morais de uma instituição inflexível que muitas das vezes promove imposições morais sem sequer pensar muito no assunto. Peter Singer pretendeu fazer uma ética à margem da tradição judaico cristã e mostrou claramente que tal ética não só é possível, como é adequada ao pensamento humano. Não se percebe de resto num mundo democrático como o jornalismo parece ser um apêndice do Vaticano.

Mas para pensar correctamente sobre o mau argumento do papa ( e é verdade que o homem tem direito a usar maus argumentos como qualquer ser humano) basta pensar se temos argumentos maus em favor da tese que defende que não devemos usar o preservativo nas relações sexuais, de modo a evitar a propagação de um vírus mortal.

Indução, universais e companhia ltd.

problemasfil Por vezes alguns colegas colocam dúvidas sobre problemas como o da indução, a natureza dos universais ou sobre a distinção entre os vários tipos de conhecimento. O que se exige ao aluno do secundário é uma versão simplificada, mas coerente, desses problemas. A verdade é que as dúvidas, regra geral, são legítimas. Se pensarmos um pouco começam a surgir dificuldades, tanto de natureza didáctica (como vou explicar isto aos estudantes?) como de natureza científica (que coerência faz isto tudo?). Para responder a parte substancial destas dúvidas temos o famoso livro de Bertrand Russell, os problemas da filosofia, agora numa versão renovada com introdução, tradução e notas de Desidério Murcho. Confesso que não tinha mais pegado neste livro desde que há muitos anos tinha comprado a tradução do António Sérgio. O livro nunca me tinha sido particularmente útil. Aproveitando a nova edição, voltei a pegar na obra. Na minha opinião não é uma introdução à filosofia de fácil trato. Não me parece, por exemplo, que seja aconselhável a alunos do secundário, mas em boa verdade devo dizer que é um livrinho muito estimulante, apesar de algumas passagens exigirem a paciência de termos de as reler sob pena de perdermos o fio à meada. Mas é, acima de tudo, um útil livro para professores, que podemos digerir, devagar, entrando no mundo da filosofia de modo talvez mais activo e intenso. Muitos dos problemas abordados já mereceram importantes avanços pela parte de filósofos contemporâneos de Russell. O próximo passo é a discussão dos problemas presentes na obra.

Bertrand Russell, Os problemas da filosofia, Ed 70, 2008

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Blog de divulgação da filosofia e do seu ensino no sistema de ensino português. O blog pretende constituir uma pequena introdução à filosofia e aos seus problemas, divulgando livros e iniciativas relacionadas com a filosofia e recorrendo a uma linguagem pouco técnica, simples e despretensiosa mas rigorosa.

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