No ano passado dei-me conta deste livro aqui. Gosto especialmente dos livros de Stephen Law. Curiosamente ainda não traduzimos nenhum deles. Este é dedicado à filosofia e ao natal. Pessoalmente aproveito esta época para reencontrar familiares e amigos, mas o meu sentido de natal é igual ao que teria do, sei lá, por exemplo, ramadão se fosse muçulmano, ou seja, nenhum. Mesmo tendo de tropeçar neste artÃficios da cultura ocidental é claro que cultivo a boa disposição e cometo os abusos calóricos próprios da época. Mas independentemente das representações que se façam do natal, deixo aqui, este ano outra vez, o convite à leitura deste interessante livro de Law.
Já há alguns dias que ando com vontade de fazer as apresentações públicas do meu companheiro de viagem, o Asus eeepc 901. Pese o teclado demasiado pequeno, esta máquina acompanha-me para todo o lado e a verdade é que a portabilidade é um dos seus maiores atractivos. Equipada com um processador Intel atom, a 1.ghz, com 1 gb de memória RAM e um pequeno disco rÃgido sdd de 12 gigas (ao qual eu acrescentei outro disco flash de 16 gigas), o pequeno computador apresenta um desempenho suficiente para tarefas como consulta de mail, internet, powerpoint , postar no blog, etc…, fazendo corresponder as suas habilitações à s tarefas mais comuns que usamos profissionalmente. O grande inconveniente é que o seu reduzido tamanho não permite longas horas de utilização já que acusamos fadiga facilmente. Funciona bem como 2º computador. Mas para usar a maior parte dos programas diários em 2 pcs diferentes, a páginas tantas, torna-se confuso. A minha sugestão é o recurso a uma pendrive e a software portátil, já que hoje em dia existe variado software nessa categoria. Perde-se um pouco no desempenho da velocidade, mas ganha-se em organização. Recomendo o portable apps que tem uma suite muito bem feita para alojar todos os programas que desejamos. E já agora, para os interessados, um pouco de tudo para os mais totós:
O blog Estágio de Intervenção Sócio Cultural de Domingos Faria, publicou um interessante inquérito aplicado a alunos do ensino secundário sobre a importância da filosofia. A amostra é significativa. Só não subscrevo que a situação menos boa da filosofia no ensino seja:
a) Exclusiva da filosofia, já que não vejo que algo melhor se passe com outras disciplinas, ainda que poucas, como a matemática, história ou português gozem de maior prestígio social o que impede que aconteça algo menos bom que é pura e simplesmente serem extintas do ensino, pelo menos como formação geral.
b) Da exclusiva responsabilidade do ministério da educação. Esta responsabilidade também cabe aos profissionais da filosofia nomeadamente quando pensam em programas deficientes (veja-se o exemplo da balda do programa no 12º ano que acabou a matar a disciplina) e quando elaboram manuais com erros elementares e também a uma boa parte do sector universitário que vive de costas voltadas para o ensino da filosofia.
O estudo pode ser conhecido clicando na imagem.
Proponho aqui uma pequena troca de ideias no sentido de tornar mais ampla e pública a discussão profissional das avaliações, uma vez que esta semana decorre em quase todas as escolas do país as avaliações de final de 1º período. É frequente nesta época ouvir dizer pela grande maioria dos professores que os alunos possuem muitas dificuldades em termos de conhecimentos. E eu subscrevo por inteiro essa opinião. Na verdade cada vez mais os alunos chegam ao ensino secundário com imensas ausências de conhecimentos básicos, tanto do ponto de vista científico, como no domínio da língua mãe ou no desembaraço do raciocínio, revelando dificuldades em organizar um pensamento consistente e claro. O que eu não compreendo, como profissional do ensino e não me sinto à vontade com esta situação, é que, as constatações destas dificuldades são em número muito maior que o de alunos que acabam por chumbar de ano. Na verdade a maioria dos alunos passa de ano no final. Ora por que razão não me sinto bem com esta situação? Porque parece que estou a compactuar com uma fantasia, uma aldrabice que prego a mim mesmo. Os alunos tem realmente muitas dificuldades, aprendem pouco, mas, no final, quase todos transitam. Temos então aqui dois problemas:
1) Como resolver este impasse da auto mentira
2) Será que chumbar estes alunos é a solução
Rolando Almeida
( Ver mais... ) Há uns tempos andava em busca de uma ferramenta que me permitisse, qual canivete suíço, armazenar todos os dados respeitantes aos alunos e à escola. Descobri que a oferta é quase inexistente. O único programa que encontrei trata-se de uma aplicação simples em termos de requisitos informáticos, mas também com um preço relativamente acessível. Adquiri esta aplicação no início do ano lectivo e fui testando algumas das suas capacidades. Confesso que tenho tido algumas dificuldades em operacionalizar algumas tarefas, muito embora reconheço que o programa está bem conseguido e bem concebido. No Regiprof podemos registar as grelhas de correcção de testes, bem como avaliar todos os parâmetros de cada disciplina. O programa oferece ainda a possibilidade de um registo online para publicação de classificações e outros dados de interesse escolar. Ainda há, claramente, melhorias a fazer e exige-se um cuidado maior para tornar o programa mais acessível no seu uso, ainda assim é uma boa ferramenta auxiliar de registo e gestão da actividade docente. Existe no site do programa (clicar na imagem) uma versão demo disponível para quem estiver interessado numa ferramenta como esta. Trago-o sempre disponível na pendrive e tem-se revelado uma ferramenta diária.
Rolando Almeida
Há adultos que também são criacionistas: de acordo com a explicação natural do sobrenatural, não terão crescido o suficiente… Uma crença muito difundida é a de que todo o universo teria sido criado, mais ou menos como é hoje, por intervenção divina, num «acto único» ou quase único. Nos Estados Unidos, há quem queira equiparar essa crença criacionista – que aparece sob o nome de «design inteligente» - a uma teoria científica, chegando ao cúmulo de a querer incluir nas aulas de ciências, como alternativa ao evolucionismo. Quem quer isso não apenas está a recusar a ciência como, pior, pretende instaurar uma perigosa sociedade teocrática.
Carlos Fiolhais, Engenho luso e outras crónicas, Gradiva, 2008, p.57
Dei-me conta há pouco de mais duas compras para fazer antes ainda do ano acabar. Ficam aqui as primeiras impressões, as capas de ambos.
Ultimamente tenho andado muito desorganizado nas leituras. Ocasionalmente isto ocorre, precisamente quando compro mais livros ao mesmo tempo. Começo a lê-los quase todos ao mesmo tempo e acabo a abandonar dois ou três nunca mais lhe pegando. Os mais desafiantes são sempre os de filosofia, também os mais difíceis de ler, pelo menos para mim. Os outros, divulgação científica, são livros maravilhosos de permanente descoberta, mas encaro-os muito como informativos. E de literatura já não falo já que não lhe pego há uns tempos. Esta semana comprei o título mais recente da colecção da Gradiva Temas da Matemática, Aritmética para pais, um livro para adultos sobre a matemática das crianças de Ron Aharoni. O miolo do livro é perfeitamente adaptável à filosofia e a todas as disciplinas do sistema de ensino em Portugal. A história é simples e verdadeira: o autor trocou uma carreira empresarial pelo ensino da matemática a crianças. Mesmo contra a resistência de muitos chegados, avançou com a ideia de ingressar no ensino. Só que as dificuldades surgidas constituíram um desafio muito cativante e Ron Aharoni percebeu que podia aprender muita matemática entrando no mundo dos miúdos. Mas afinal qual o miolo transversal da obra? È que o autor começou a sua carreira como professor das crianças encetando uma série de estratégias pedagógicas e acabou por perceber que transformou o ensino numa grande bagunça. O ensino começou a resultar precisamente quando se concentrou nos conteúdos, na própria matemática e esqueceu as pedagogias. A matemática tem todos os alicerces necessários para poder ser ensinada, principalmente aos mais carenciados, ao contrário do que se pensa, por exemplo, no sistema educativo português, inclusive pensamento de muitos professores. E esta é talvez a grande lição a tirar para os professores que se dediquem à leitira deste livro encantador. No resto temos aqui um belíssimo manual de como ensinar bem matemática sem ter de fugir da matemática. Na filosofia o que temos mais aproximado em língua portuguesa são os livros da Filosofia Aberta de Thomas Nagel e Nigel Warburton. Para professores temos o livro de Desidério Murcho de que aqui já falei várias vezes.
Hoje de manhã comprei este livro. Passei-o à frente dos outros que se vão acumulando e iniciei a leitura. Já me tinham sugerido este autor como um dos melhores divulgadores de ciência. Eu conhecia apenas por artigos dispersos, mas é na verdade uma leitura muito, mas muito sedutora. Vou apenas na 1ª parte do livro e deve ser interrompido para continuar outras leituras, mas já deu para perceber que estou perante um potente livro de divulgação científica de um autor com um background que se estende muito para além da ciência. Uma pequena parte do livro pode ser apreciada aqui.
Michio Kaku, A física do impossível, Bizâncio, 2008
Vitor Guerreiro volta a dar explicações no Analíticamente, explicações que rerproduzo aqui na integra:
"
Eis o artigo do Desidério, que aparentemente escandalizou os censores da Wikipédia:
No calão inglês, o termo equivalente a este, "mindfuck" (http://en.wikipedia.org/wiki/Mindfuck) significa uma forma particularmente insidiosa de manipulação mental e emocional. O termo, contudo, tem também uma conotação positiva, como quando uma obra de arte ou uma palestra nos psicofode no sentido de abalar a nossa estrutura cognitiva, dando-nos a ver as coisas de um modo como não víamos antes.
O censor removeu o texto para colocar esta coisa:
O termo '''mindfuck''' ('''psicofoda''' ao pé da letra) mas é melhor traduzida como ''fuck'' - atrapalhar, confundir e ''mind'' - mente, é uma gíria da língua inglesa que aplica-se a algo ou alguém que intesionalmente tenta desestabilizar, confundir ou manipular a mente de outra pessoa por meio de mensagem subliminar. Pode referir-se também de forma positiva ao impacto da arte ou ações pisíquicas na mente levando a uma reação pré-estabelecida. Outros tópicos similares:
O filósofo Colin McGinn explora o conceito no seu livro homónimo, ''Mindfuck'', cujo título português é ''Psicofoda''. McGinn defende nesse livro que o conceito famosamente estudado pelo filosofo Harry Frankfurt no livro ''On Bullshit'' (traduzido com o título ''Da Treta'', em Portugal, e ''Falar Merda'', no Brasil) é aparentado a este, sendo contudo bastante menos grave.
Um leitor do Blog da Crítica tentou iniciar uma discussão do tema, sendo, ao que parece, sistematicamente sabotado com remoções automáticas do que escrevia.
Eis a face das psicofodas comunitaristas «libertárias»."
Razão para acertar em cheio ao pensarmos que a psicofoda is watching you. Há que denunciar publicamente esta atitude do censor da wikipédia.
Mais informações no blog Crítica
Um caso que vale a pena seguir e que Vitor Guerreiro explica como tudo se passou, como a Wikipédia em língua portuguesa censurou o termo psicofoda, tradução de mindfucking e título do último livro do filósofo inglês radicado nos EUA, Colin McGinn, ao passo que a sua congénere em língua inglesa o aceita sem reservas. Ler mais...
Acabei de ver o último filme da série Batman, O cavaleiro das trevas. Há uma passagem neste filme que é uma analogia com o dilema do prisioneiro para mostrar que mais vale cooperar do que ter um comportamento egoísta. O Joker coloca centenas de pessoas em dois barcos, o barco A e o barco B. Em cada um dos barcos deixa um detonador e em cada um dos barcos as pessoas terão de activar o detonador para destruir o outro barco e matar todas as pessoas que estão dentro dele. Neste episódio ninguém morre porque todas as pessoas, tanto as do barco A, como as do barco B, sem qualquer comunicação entre si, resolvem cooperar e não fazer explodir o outro barco garantindo assim a sua sobrevivência. Como cooperaram sobreviveram todos. Batman, personagem criado por Bob Kane, vive numa permanente encruzilhada entre o bem e o mal. Para além disso esta é um dos heróis de BD mais conseguidos desde sempre, um herói que nem sempre o é, que conserva uma sólida formação moral, para além de que não possui um único super poder. Não sou grande entendido em cinema mas fiquei com a impressão que este é dos melhores filmes da série, apesar que é difícil bater o 1º, realizado por um dos meus realizadores favoritos da actualidade, Tim Burton.
Aqui há uns dias postei aqui uma chamada de atenção que me foi enviada para o email acerca de uma reportagem da SIC sobre os professores e o ensino sendo que um dos requisistos para a selecção de professores para a reportagem era não serem professores de filosofia. Hoje mesmo vi uma reportagem na SIC com 3 professores sendo 2 deles professores de filosofia. Das duas uma: ou fizeram confusão ou eu ando a dar ouvidos a boatos para, mesmo inconscientemente, causar sensação. No mundo da abundância de informação tudo é possível, até transformar a abundância em autêntica bagunça. Já agora, não percebi bem qual o propósito da reportagem, mas os colegas de filosofia estiveram bem.
* "Bilhardice" é um termo usado muito na ilha da Madeira e que significa "cusquice"
Este ano postei AQUI as minhas preferências nas edições de 2008.
Relação entre a filosofia...
A filosofia não é uma arm...
Os meus links
Critica - Revista de Filosofia
Ainda a melhor publicação sobre música
CEF-Centro para o Ensino da Filosofia
Sociedade Portuguesa de Filosofia
Zarcosofia - Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco
De Rerum Natura - A Natureza das Coisas