Atendendo a alguns comentários recentes resolvi fazer a reposição do que escrevi acerca da empregabilidade em filosofia. Clicar nos títulos para aceder aos textos:
Hoje foi um dia estranho. Mudei o contador e de repente as visitas ao blog dispararam. Mas comoa filosofia ensina, uma crença só é conhecimento depois de justificada. Começei a suspeitar se não existiria avaria no contador. Após alguma investigação descobri a causa: o blog foi uma vez mais destacado no portal da Sapo. Obrigado pelo destaque. A filosofia merece.
Talvez poucas pessoas tivessem notado, mas o menino de ouro deste blog foi-se embora sem dizer nada. Desapareceu! O menino de ouro é o contador de visitas. Era o meu orgulho e a minha vaidade. Escrevia cada vez mais para poder alcançar o número redondo de 100.000 visitas. Pouco passava das 98000 quando o contador resolveu desaparecer sem deixar rasto. O que importa nisto nem sequer é a filosofia, mas sim o share (sic). Sem adopções de manuais aí próximas, fica por resolver o problema como me irá ser possível alcançar outra vez as quase 100000 visitas. Aquele contador deu-me indicações interessantes, ainda que não completamente rigorosas. Assim, eu soube que quando comecei o blog tinha cerca de 6 visitas semanais. Com os links a aparecer, desde a Sociedade Portuguesa de Filosofia, Rerum Natura, entre outros, as visitas dispararam para a média das 50 semanais. Mas a surpresa ainda estaria para vir. Numa altura em que já gozava de umas 300 visitas semanais lembro-me de fazer uma análise aos manuais do 10º ano e publicar no blog. Para surpresa minha comecei a ter 400 e até 500 visitas num só dia. A partir daí comecei a tratar a Madona por tu e passeava-me no hall of fame do ensino da filosofia em Portugal. Chegaram a dizer-me que o blog era citado em reuniões de adopção de manuais nas escolas do país e chegou também a ser comentado em algumas apresentações de manuais de várias editoras. Fui elogiado e acusado até que ganhei alguma resistência e experiência. Nas recentes adopções de manuais do 11º, o share voltou à ribalta. Alguns dias as visitas chegaram às 600. As coisas na internet são assim, acontecem rápido. Bem, o facto é que o contador foi à vida e fui forçado a começar de novo as contagens. Acabei de colocar um novo contador de visitas. Coloquei-o ontem à noite e até esta hora (21:00h) registam-se 904 (sim, novecentas e quatro) visitas. Fantástico! O share está excelente. Só me resta mesmo fazer um pedido aos leitores, que constitui um pequeno incentivo para a continuidade do meu trabalho, que os leitores cliquem na publicidade. Basta clicarem para eu ganhar uns dólares no final do ano. A ideia de futuro é criar um site para organizar todos os textos em secções. Até lá, vamos trabalhando na divulgação da filosofia, que é o que mais me interessa.
Já insisti com esta pergunta, mas ainda ninguém deu uma resposta satisfatória. Hoje quando olho para a primeira página de vários jornais deparo-me com a notícia do sucesso escolar na maior parte das escolas do país com uma taxa elevadissíma. A pergunta é: se os resultados são assim tão bons ainda sem os efitos de um novo Estatuto da Carreira Docente, qual a razão de impor um ECD novo com a desculpa de que está em causa o sucesso educativo? Por outro lado, há ainda a explicar como é que o sucesso apareceu sem qualquer reforma que produzisse resultados? Veio do nada? Até spu professor e topo como as coisas evoluem, mas não é preciso ser professor nem muito inteligente para topar que os resultados aparecem pelo facilitismo imposto nos exames e nas escolas. E o share aparece em força! No meu tempo, os que passavam por favor eram considerados uns aleijadinhos. Culpados? Ministério da Educação e todas as pessoas, pais, professores, cidadão comum, que aceitam esta situação pacificamente.
Nota: com todo o respeito pelo animal que está na foto.
A Universidade Católica Portuguesa é a primeira universidade portuguesa a incluir no currículo da licenciatura em Filosofia (1º Ciclo) um espaço para Estágio profissional na área da prática filosófica.
A unidade curricular denomina-se de: «Estágio de Intervenção Sócio-Cultural» e corresponde a 5 unidades de crédito, com um tempo global de trabalho de 140 horas por cada semestre. O Supervisor é o professor Carlos Morais.
http://filosofiaestagio.blogspot.com é o blog dos Estágios de Intervenção Sócio-Cultural da Licenciatura em Filosofia da Faculdade de Filosofia de Braga, da UCP. Este espaço tem como principal objectivo facilitar o intercâmbio de ideias, a circulação da informação e a partilha de experiências realizadas no contexto dos Estágios. Procura também proporcionar a discussão e o debate alargados a todas as questões emergentes no âmbito daquelas dinâmicas. Ainda que primordialmente dirigido aos elementos directamente intervenientes nos processos de Estágio – Estagiários, Supervisores, Instituições Acolhedoras, Faculdade de Filosofia – este blog está aberto a todos os contributos (comentários, ensaios, notícias, referências bibliográficas…) que ajudem a reflectir sobre a Filosofia enquanto dispositivo capaz de intervir nos diversos domínios das actividades humanas, mediante a aplicação de competências específicas.
«Quando ainda era estudante disseram-me que a Estética era a ‘enteada feia’ da Filosofia. Não sei quão exacto e difundido está este preconceito, mas sei que o livro de George Dickie, Introdução à Estética, nos proporciona uma perspectiva concisa, acessível e informativa. É Filosofia verdadeira e genuína teoria estética.»
Sarah Worth, Universidade de Furman
Introdução à Estética traça uma abordagem do percurso da Estética desde os primórdios, passando pelas transformações registadas nos séculos XVIII, XIX e primeira metade do século XX. A primeira metade do livro aborda a história de duas noções da estética — a teoria da beleza e a teoria da arte — e descreve as transformações sofridas desde a Grécia Antiga, até aos anos 50 do século XX. As respostas das teorias culturais das décadas seguintes são depois abordadas. Por fim, são apresentadas cinco teorias tradicionais de avaliação da Arte e o autor apresenta ainda uma outra, pessoal, baseada em princípios de Monroe Beardsley e Nelson Goodman. Escrito por um dos mais destacados filósofos da Arte e da Estética, este livro é também acessível a todos os que se interessam pela Filosofia e pela Arte.
Recordo um amigo mais velho da minha terra que me descrevia como é que as pessoas passaram a reunir nos cafés da vila para discutir todos os assuntos da vida social e política após o 25 de Abril. Com a democracia veio a liberdade de expressão das ideias e a necessidade de melhorar as técnicas da argumentação. Inexplicavelmente os cursos de licenciatura em filosofia portugueses passaram ao lado desta realidade, permanecendo no seu sono elitista, razão pela qual a generalidade das pessoas perdeu interesse e respeito pela influência que a filosofia possa vir a ter nas suas vidas.
Um argumento é dedutivamente válido quando é impossível inferir da verdade das premissas a falsidade da conclusão. Acontece que podemos ter argumentos válidos com premissas falsas e conclusão falsa. A validade dedutiva diz respeito à forma do argumento e não ao seu conteúdo. Assim, se eu tiver o argumento:
Todos os ovos estrelados são toupeiras
A cadeira é ovo estrelado
Logo o cadeira é toupeira
Este argumento é bizarro, mas é dedutivamente válido. Como é que o sabemos? Se olharmos para a forma lógica do argumento. A forma lógica é:
Todos os A são B
C é A
Logo, C é B
Se olharmos bem para a forma do argumento a verdade das premissas garante a verdade da conclusão independentemente do que está no lugar das letras A, B e C. Mas existe uma diferença substancial entre os dois seguintes argumentos:
A:
Todos os ovos estrelados são toupeiras
A cadeira é ovo estrelado
Logo o cadeira é toupeira
B:
Todos os futebolistas são atletas
Ronaldo é futebolista
Logo, Ronaldo é atleta
Ambos os argumentos, A e B, tem a mesma forma lógica, pelo que ambos são válidos. Só que o argumento A tem premissas e conclusão falsas, ao passo que o argumento B tem premissas e conclusão verdadeiras. Como se estabelece esta diferença ou para que é que ela serve? Isto exige que respondamos à questão, para que serve argumentar? Argumentamos porque estamos interessados na verdade e porque queremos resolver problemas tentando chegar à verdade. Mas como é que chegamos à verdade com argumentos como o A? Resposta: não chegamos. A validade é uma condição necessária para um argumento ser um bom argumento, mas não é uma condição suficiente. É preciso que os argumentos persuadam racionalmente e não nos deixamos persuadir com falsidades. Um argumento válido em que todas as proposições nele envolvidas são verdadeiras chamamos argumento sólido. Será a solidez uma condição necessária para um argumento ser bom? Sim. E será suficiente? Depende do auditório. Podemos ter muitos argumentos sólidos que, ainda assim, não convencem. É necessário também que os argumentos sejam cogentes, isto é, que convençam racionalmente. Claro que em princípio um argumento sólido deve convencer, mas nem sempre é assim. Se assim é podemos sempre levantar uma questão: para quê tanta preocupação com a validade se um argumento pode ser válido, sólido e ainda assim não servir para grande coisa? Mais valia tentar convencer as pessoas de uma forma mais simples, sem estas complicações com a dedução. As coisas não são assim porque existe uma distinção fundamental entre persuasão racional e manipulação. Quando falamos de persuasão racional falamos de um interesse genuíno na verdade, ao passo que a manipulação se distingue da persuasão racional precisamente porque o interesse não é a verdade, mas um conjunto de interesses particulares que se considera a verdade. E se estamos realmente interessados na verdade, como acontece na filosofia, temos de nos preocupar com as nossas deduções.