De vez em quando dá-me para recomendar um disco para desopilar os nervos e preconceitos. Aqui fica a sugestão para fim de semana, porque às vezes as canções são mais profundas que a vida (também sei ser profundo!!!). A beleza quando é intensa também nos move os neurónios mais quietinhos. E para a arte ser bela, basta ser clara. A arte é como as ideias! Há canções que nos lixam a vida, como Decades (não incluída no best of). Fica aí como sugestão o monumento que é a Joy Division, agora, com best of, a seguir o filme “Control”.
Integradas nas actividades da EcoEscolas, amanhã, pelas 15 horas, realiza-se as Jornadas da Filosofia na Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco. Dois grupos de alunos vão discutir publicamente, na Sala de Sessões, o problema moral do impacto do progresso no meio ambiente. Esperamos que seja do agrado de todos. Um jurí final decidirá qual o grupo que melhor argumentou o problema e haverá prémios de participação para ambos os grupos. Esta é uma actividade da responsabilidade do Grupo De filosofia da escola.
A ciência nunca está totalmente correcta, mas raramente está totalmente falsa e, geralmente, tem mais possibilidades de estar correcta do que as teorias não científicas. Por isso, é racional aceitá-la como hipótese.
"Infelizmente as ideias pós modernas não se confinam somente aos departamentos de literatura das universidades norte americanas ou aos departamentotos de filosofia na Europa. Parece-nos que onde mais mal causam é no Terceiro Mundo, onde se concentra o grosso da população mundial e onde o trabalho supostamente ultrapassado do iluminismo está longe de ser ultrapassado."
Alan Sokal e Jean Bricmont, Imposturas intelectuais, Gradiva, p.106 (esgotado)
Há comentários sobre os quais não me apetece estar calado. Recentemente um leitor, colega e professor de filosofia, escreveu-me acusando-me de absolutamente parcial na análise de manuais. Para o justificar, o leitor afirma que eu cometo erros, mas, por mais que lhe pedisse para apontar os erros para os podermos discutir, não o fez. Limitou-se a fazer afirmações. Ora, fazer afirmações também eu sei fazer. Nem é necessário ser professor de filosofia para tal.
Uma actividade possui sentido se possuir uma finalidade. Se eu estiver à procura de uma esferográfica, escrever é a finalidade da minha procura. Uma actividade tem valor intrínseco se tiver valor por si mesma. Tem valor instrumental se tem valor em função de ser um meio para alcançar o que tem valor por si. Assim posso dizer que o dinheiro tem valor instrumental para poder comprar uma camisola nova e comprar uma camisola nova tem valor instrumental para ser feliz. E qual é o valor instrumental de ser feliz? A felicidade parece não depender de nenhum outro valor, pois possui valor por si mesma, isto se a felicidade for uma finalidade ultima. Em conclusão: o sentido de uma actividade é dado pela finalidade com valor.
Em "saber vender livros" arrisquei meia dúzia de ideias sobre como vender livros de forma mais directa, prática e eficaz. Confesso que continuo a ter razões para espanto. Nem sequer estou numa de conservadorismo impondo uma teoria da suspeita à estupidez do capitalismo. Agora mesmo fui ver a secção de filosofia da novissima e gigante livraria Byblos e devo dizer que não passei da 1ª página (apesar do site ter muitas páginas só para filosofia). Se os psicólogos se queixam dos livros pimba de auto ajuda a ocupar a maior parte do espaço do escaparate de psicologia, é hora dos filósofos se queixarem dos livros da banha da cobra e religião ocuparem os seus escaparates. Senão vejamos a lista de obras de filosofia pura e dura da 1ª página da Byblos:
Miguel Real, As máscaras da vaidade
Jorge Angel Livraga, O sentido oculto da vida
Pierre Klossowsky, a moeda viva
Estes aparecem entre os livros de Peter Sloterdijk, Peter Singer e uma edição brasileira de um ilustre desconhecido sobre Kant. Por momentos fiquei a pensar se é a esta filosofia que alguns leitores dizem escapar-me em favor da tradição anglo saxonica. Se eu fosse livreiro criava um escaparate com a designação "Banha da Cobra". Mas de uma coisa podemos estar certos: As máscaras da vaidade, o sentido oculto da vida e a moeda viva são realmente problemas centrais da filosofia. Os meus leitores já sabem bem que aprecio muito a oportunidade que alguns livros dão ao público em geral para conhecer bem a filosofia. Mas bolas, isto da Byblos é mesmo querer enganar o povo!
O professor António Paulo da EB 2, 3 S de Oliveira de Frades criou um blog de divulgação de textos de filosofia para consulta dos estudantes e comunidade filosófica interessada. Fica a referência. Basta clicar na imagem para aceder ao blog.
Para quem gosta de Filosofia Para Crianças, este livro dos Opostos Filosóficos de Oscar Brenifier e Jacques Després é um mimo. Muito bem ilustrado, o livro, no seguimento da obra de Brenifier, introduz o pequeno pensador a alguns problemas filosóficos. Está bem, é só o primeiro passo, ainda muito à distância da alta competição, mas para primeiro passo é um gozo. É que o livro é mesmo bonito! O autor já se deslocou a Portugal por mais de uma vez, a convite do Centro Diálogosda Associação de Professores de Sintra. A edição é da Edicare.
Oscar Brenifier (texto), Jacques Després (ilustrações), O livro dos grandes opostos, Edicare
O filósofo Miguel Amen assina um poderoso texto sobre «o que é isso de investigação em filosofia?» no seu blog, Mente, cérebro e ciência. Vale mesmo a pena remeter para a sua leitura. Basta clicar na imagem.
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Blog de divulgação da filosofia e do seu ensino no sistema de ensino português. O blog pretende constituir uma pequena introdução à filosofia e aos seus problemas, divulgando livros e iniciativas relacionadas com a filosofia e recorrendo a uma linguagem pouco técnica, simples e despretensiosa mas rigorosa.