Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Filosofia no Ensino Secundário

Novidades editoriais de interesse para estudantes e professores de Filosofia.

A Filosofia no Ensino Secundário

Novidades editoriais de interesse para estudantes e professores de Filosofia.

Filosofia na web VI

Desta vez destaco o LusoSofia, um arquivo português incluindo uma biblioteca com alguns textos fundamentais para a filosofia. A responsabilidade é de Artur Morão, um nome incontornável da filosofia em Portugal pelo gigante trabalho que fez na sua divulgação, tanto como tradutor como director da colecção de filosofia das Edições 70. Poucos estudantes de filosofia nos últimos 20 anos concluíram os seus estudos sem ter usado as obras traduzidas por Morão. Algumas delas são agora disponibilizadas em LusoSofia. No site estão disponibilizadas todas as informações sobre os objectivos e aceitação de arquivos, teses, etc…

Entrevista com Jorge Humberto Dias sobre o PROJECT@

Jorge Humberto Dias foi autor do Manual de Formação de Consultores Filosóficos, Filosofia aplicada à vida. Pensar bem, viver melhor, (Esquilo e APAEF) e editou as Actas de IV Congressos da APAEF e escreveu vários artigos sobre o tema, como por exemplo, La Felicidad como Objetivo de la Filosofia Aplicada a la Vida (Grupo de Investigação da Universidade de Sevilha) e Os Alunos como Professores (Peer Instruction) na disciplina de Filosofia – O Ensino Prático da Autonomia (EPA).
Jorge Dias acredita que a filosofia pode desempenhar um papel fundamental na orientação prática para a busca da felicidade. Fundador da APAEF em 2004, Jorge Dias é também Formador de Professores e Consultor Filosófico. Tem realizado sessões de Aconselhamento Filosófico Individual no seu Gabinete PROJECT (Clicar na imagem), em Quarteira, onde recebe consultantes de todo o país. Especializou-se na «Society for Philosophy in Practice», em Londres. É membro do Conselho Científico da «Revista Internacional de Filosofia Prática» e Professor no Mestrado «Filosofia Aplicada à Orientação Racional» (Grupo ETOR – Universidade de Sevilha). É também professor convidado no Mestrado: «Prática Filosófica e Gestão Social» (Universidade de Barcelona).
Jorge Dias tem ainda dado a cara na divulgação da filosofia e manifestado preocupação relativamente ao seu ensino na educação secundária. Era uma falta não convidar Jorge Dias para uma entrevista esclarecedora sobre o seu novo empreendimento, o PROJECT@. Agradeço a disponibilidade imediata do autor para a entrevista que a seguir apresento.
Rolando Almeida
 

Valores e racionalidade

Frequentemente ouço falar que não há valores ou que os valores estão em crise. Neste pequeno texto proponho-me defender que a análise dos valores enquanto crise ou não crise não é da competência da filosofia. Do ponto de vista filosófico a análise que deverá ser feita é a racional. Deste modo distancio-me do discurso pseudo filosófico pessimista que defende que o mundo está em crise porque não existem valores. Que razões tenho para pensar assim? Por regra entendo que, quando uma pessoa afirma que os valores estão em crise, significa que houve um tempo mais ou menos recente em que não estiveram em crise. O mesmo acontece com a economia. A economia está em crise em comparação com tempos recentes e só aí é que faz sentido falar de crise. De muitos outros pontos de vista a economia ocidental não está em crise alguma.
Rolando Almeida

Contra todos os deuses

Violento dirão uns, delicioso acharão outros. Against all gods é um dos últimos escritos de A. C. Grayling, um filósofo muito conceituado em Inglaterra, com vasta obra, da qual duas estão já publicadas em Portugal. Este livrinho é muito pequeno, de 64 páginas apenas e reúne 6 polémicos ensaios sobre o universo da religião e da crença em deus. Logo a abrir, no primeiro ensaio, Grayling defende que a religião não é mais respeitável que outro ponto de vista qualquer, incluindo o do não religioso. Segundo Grayling a religião corrói a razão humana e há que rever todo o vocabulário religioso.
Um livrinho que tem tanto de pequenino como polémico. A edição em Portugal das obras de Dawkins (Casa das Letras), Sam Harris (Tinta da China), Hitchens (Dom Quixote) e Daniel Denett (Esfera do Caos) pode despertar o interesse dos editores para as obras daqueles que mais e melhor dominam o problema da existência de deus, os filósofos. Mas os editores não se interessam sem o interesse dos leitores. E quem sabe, com obras como estas os nossos brandos costumes levassem um abanão bem medido…
A.      C. Grayling, Against all gods, Six polemics on religion and na Essay on Kindness, Oberon Books, 2007

Cinquenta mil

E pronto! Andava sempre a ver quando lá chegava. 50.000 no contador, mesmo contando com aqueles que visitam várias vezes ao dia e com os outros que inscrevem o blog nos feeds, o que não conta, tal como as minhas visitas. Este é um número grosso, sem grande rigor, mas é um indicador precioso. E eu não queria comemorar sózinho. Para breve não estou a planear grandes mudanças, uma vez que me espera o trabalho empolgante dos manuais do 11º ano. É que eles caem todos de uma vez e eu agora tenho um bebé cá por casa. O convite para os colegas participarem com a crítica de manuais mantém-se de pé. Para já contei com a colaboração do Valter Boita e da Cátia Faria e de todos aqueles que participaram na discussão nos comentários. Tenho um dia de cumprir a promessa de transformar isto num site organizadinho. Bons ou maus, durante 2007, publiquei aqui mais de 40 artigos meus e gostava de ter tudo arrumadinho. O blog já não aguenta essa arrumação, mas aceitam-se sugestões. Obrigado a todos. 50.000 visitas é um bom número. Contando que o blog não exibe fotos de raparigas despidas é mesmo uma boa conta.

Rolando Almeida

Porque gostamos de arte?

Mais uma vez aqui deixo a referência para uma das mais elucidativas obras sobre filosofia da arte disponíveis em língua portuguesa. Primando por uma linguagem clara, requisito fundamental a uma obra de divulgação, este pequeno livro de Nigel Warburton percorre alguns dos principais argumentos para dar solução ao problema da definição da arte. Num tempo em que muito discutimos o valor da arte e o que é e não é uma obra de arte, este livro constitui um bom mapa para nos situarmos melhor nas nossas discussões mais correntes sobre a arte e o seu valor. É notável como após a leitura deste pequeno livro as nossas discussões se revelam revistas de uma argumentação mais consistente. O livro interessa a todos aqueles que discutem a questão do gosto e da arte e da sua definição. Está ainda repleto de exemplos práticos e para além de tudo oferece-nos, ainda que indirectamente, informação consistente sobre a história de arte. É de mais livros desta natureza que o meio português precisa. Parabéns ao editor. Ficámos à espera das cenas dos próximos capítulos. O volume pertence a uma colecçõ que promete, Filosoficamente, aconselhável ao público em geral mas também a todos os profissionais da filosofia que possuem interesse numa lufada de ar fresco da mais comtemporânea escrita filosófica.
Rolando Almeida
Nigel Warburton, O que é a arte?, Bizâncio, 2007 (trad. De Célia Teixeira)

O Público irrita

Na segunda feira passada dirigi-me ao quiosque do bairro onde vivo para comprar o livro da nova colecção lançada pelo jornal Público. Aconteceu o que eu mais temia: o jornal chegou, mas o livro não. Hoje mesmo desloquei-me ao centro da cidade do Funchal para comprar o livro. Apesar de tabelados, os suplementos dos jornais e revistas vendem-se, na Madeira, com um custo acrescido. Segundo os vendedores tal quantia é para pagar o transporte. O governo de José Sócrates cortou com os subsídios de transporte às revistas e jornais, pelo que automaticamente o preço sobe. Para se fazer uma ideia, o preço do volume da nova colecção é de 12.90€, mas no Funchal fica a 16.90€. No Funchal estes artigos, com preço estampado na capa, vendem-se, descaradamente, com um preço por cima do estampado escrito a esferográfica. Não pretendo fazer aqui a análise do fenómeno, mas confesso que já me irrita esta situação. Afinal, para que queremos o IVA mais baixo na Madeira? Não era para cobrir o preço da insularidade? Uma coisa tenho a certeza: alguém anda impunemente e livremente a ganhar dinheiro e muito com esta situação e eu pura e simplesmente me recuso a comprar os artigos nestas condições. No site do Público a venda on-line não melhora muito, uma vez que cobram 5€ pelos portes de livro, mesmo que o pagamento seja efectuado previamente pela internet. Conclusão: ficarei sem saber como é a colecção do Público dos Pensadores e se falei dela aqui no meu blog foi mesmo em nome da filosofia e não de quem anda na mamadeira com este negócio.
Rolando Almeida

Santo Agostinho

Esta é talvez a melhor introdução que temos disponível no mercado português ao pensamento de Santo Agostinho. Gareth B. Matthews é professor de filosofia na Universidade de Massachussets, e um dos maiores especialistas no pensamento de Santo Agostinho. Através desta obra ficamos a compreender porque é que, por exemplo, o cogito cartesiano foi anteriormente postulado por Santo Agostinho. A importância do pensamento de Santo Agostinho deve-se pela sua originalidade ao lançar a discussão sobre problemas filosóficos, ainda em aberto, como o livre arbítrio, o dualismo corpo-mente, e cepticismo, a aquisição da linguagem, entre outros. O livro é escrito de forma clara enfrentando os problemas discutindo-os e colocando o leitor na posição do filósofo, confrontando-o directamente aos problemas em análise. Uma obra que merece o destaque porque interessa não somente aos estudiosos e curioso do pensamento de Agostinho, mas também a todos aqueles que querem entrar nos problemas abordados. É deste tipo de obras que precisámos no mercado português que tanto interessa aos profissionais da filosofia, como ao público curioso pela história do pensamento.
Gareth B. Matthews, Santo Agostinho, Edições 70, 2008, Tradução de Hugo Chelo

O que é que a história pode fazer pela filosofia?

Apresento a seguir o texto que deu origem à minha comunicação na Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco, na semana da história.
'If you can't say it clearly, you don't understand it yourself' John Searle[1]
 
O ensino da filosofia tem sido fortemente marcado por uma confusão que pretendo desfazer nesta minha exposição. Frequentemente se confunde entre ensinar história da filosofia e filosofia. Para desfazer as confusões e ideias falsas vou apresentar algumas objecções ao argumento de que ensinando a história da filosofia, ao mesmo tempo ensina-se filosofia.
Rolando Almeida

O Público de hoje divulga a filosofia, mas….

O Público hoje fez um destaque parcial ao que é a filosofia e as suas potencialidades. Obviamente que a consultadoria filosófica e a filosofia para crianças são vias de exploração da filosofia desejáveis, mas o Público trata-as como se a filosofia somente acontecesse nessas áreas, o que é falso. Para um artigo de divulgação ao público em geral, ficou por falar no que hoje se investiga em filosofia e com que métodos se faz a investigação. Fica também por abordar o lugar central que a filosofia ocupa no nosso país no ensino secundário, como formação geral dos currículos de ensino regular. Claro que me podem dizer que um artigo não pode abordar tudo, mas precisamente por essa razão é que o artigo deveria ter abordado o central na filosofia, ainda que exista todo o mérito no esforço que a consultadoria filosófica tem feito em Portugal, nomeadamente com a APAEF. Mesmo com uma imagem patusca – muito por culpa dos promotores da filosofia tuga – temos ainda assim a filosofia com lugar de destaque nas páginas centrais de um dos principais diários nacionais. E ainda bem!
O jornal faz ainda a apresentação da colecção que se inicia amanhã de Grandes Pensadores.
Rolando Almeida

Pág. 1/3

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Blog de divulgação da filosofia e do seu ensino no sistema de ensino português. O blog pretende constituir uma pequena introdução à filosofia e aos seus problemas, divulgando livros e iniciativas relacionadas com a filosofia e recorrendo a uma linguagem pouco técnica, simples e despretensiosa mas rigorosa.

Arquivo

  1. 2009
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2008
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2007
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2006
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D