Sexta-feira, 30 de Novembro de 2007
Reconhecimento e reificação em Axel Honneth

Axel Honneth, representante actual da Escola de Frankfurt e da Teoria Crítica, apresenta-nos em duas obras, A Luta pelo Reconhecimento e A Reificação. Pequeno tratado de Teoria crítica dois conceitos – reconhecimento e reificação - recuperados de Lukács, Hegel e Mead e outros autores que podem trazer alguma contribuição para a filosofia política actual.
José Caselas
Segunda-feira, 26 de Novembro de 2007
Com a invasão de novas disciplinas para o grupo de filosofia (é sempre melhor que venham para o grupo de filosofia do que para os outros) surgem muitas dúvidas sobre como planificar as aulas e encontrar os melhores materiais. O ensino profissional está a ser implementado sem que previamente estivessem preparados materiais adequados ao seu ensino. Sem traduções, bons manuais, boas bibliografias, como vamos, nós, professores, planificar as nossas aulas? Só mesmo recorrendo aos manuais escritos noutras línguas, pelo menos para quem se vai habituando a ler noutras línguas. Em português, népias. E, para preparar uma disciplina, não deveríamos dispor de bons materiais em língua portuguesa?
Rolando Almeida
Não é meu hábito referir blogs destacando-os num post. Optei por apresentar uma colecção de links muito reduzida uma vez que torna a navegabilidade no meu blog mais facilitada não “atafulhando” o leitor em referências, mas orientando-o. Encontro, felizmente, blogs muito bons que inscrevo nos meus feeds mas que não menciono nos links pela razão apresentada. Só de memória lembro-me de blogs como os de Nigel Warburton, Stephen Law, Miguel Amen, Café Filosófico de Évora, Porfírio Silva e mais alguns. O Homem que Sabia Demasiado, que tem como piloto, Victor Afonso, o one man show do projecto de música electrónica Kubik, já com vários discos publicados, é um blog que prima por uma excelente selecção de filmes e discos. Como a Filosofia no Ensino Secundário não pode dar-se conta de todas as boas referências, o blog do Victor acaba por ser um bom filtro de referências. Poupa-nos tempo e os bons divulgadores são sempre bem vindos.
Rolando Almeida
Sexta-feira, 23 de Novembro de 2007

Vamos começar com uma experiência prática. Se numa turma de vinte alunos do secundário acima da média, perguntar quantos deles querem ser médicos, com facilidade obtenho 8 a 10 respostas afirmativas, mais 5 ou 6 que querem a área da saúde, enfermeiros, por exemplo, sendo que os restantes optam por áreas como a engenharia ou informática. Quererá isto dizer que vivemos num país com forte apetência para as ciências da saúde? Infelizmente a resposta é não.
Rolando Almeida
Sobre a empregabilidade da filosofia em culturas desenvolvidas, quando a formação universitária é de qualidade, o artigo do The Guardian, não deixa margem para dúvidas. Vale a pena let o artigo. Consultar aqui .
Rolando Almeida
Quinta-feira, 22 de Novembro de 2007
Avisa-se os mais distraídos que a recente tradução da obra de Nigel Warburton, O que é a arte?, Bizâncio, sendo um livro de filosofia da arte, encontra-se à venda nas lojas FNAC, indevidamente, na secção de ensaios de arte. Quando muito, para não enganar o consumidor, o livro deveria aparecer em ambas as secções, ensaios de arte (apesar de não ser um ensaio de arte, mas um ensaio de filosofia, no caso, da arte) e filosofia. Resgista-se aqui o aviso.
Rolando Almeida
Domingo, 18 de Novembro de 2007
FILOSOFIA COM CRIANÇAS... E OUTRAS IDADES
(acção acreditada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua)
Duração do curso: 30 horas (com uma componente predominantemente prática)
Calendarização: dias 5, 12, 19 e 26 de Janeiro de 2008
Das 9.30h às 13.30h e das 15.00h às 18,30 h
Local:APS - Associação de Professores de Sintra
Tel.: 21 9170461
Fax: 21 9178451
Quarta-feira, 14 de Novembro de 2007
Os casos de livros de ciência destinados a informar o público em geral nem sempre são comuns entre nós. Mas tendo em atenção o mercado português, considero que temos excelentes propostas, sempre à cabeça com a Ciência Aberta, da Gradiva. O que é certo é que a maioria das editoras portuguesas publicam livros de divulgação científica, o que por si só é um bom sinal. 99% desses livros são traduzidos. Parece que os investigadores portugueses dedicam muito tempo à investigação e sobra-lhes pouco tempo, talento ou paciência para divulgar o seu saber interessando, desse modo, um público que, sem esses livros, se vê privado do conhecimento. Mas há casos felizes. Estou a lembrar-me dos livros de Carlos Fiolhais que tanto aprecio, ou os de Jorge Buescu, que deixam sempre a minha cabeça a andar à roda com tanta matemática, entre alguns outros autores. O caso que aqui anúncio trata-se de lançar a discussão tão em voga nos circuitos académicos mais prestigiados entre evolucionismo e criacionismo. O volume é organizado por Augusta Gaspar, investigadora em psicofisiologia e etologia de investigação social no ISCTE e professora auxiliar de biologia da Universidade Lusófona, e prefaciado por Clara Pinto Correia, reunindo colaboração de Teresa Avelar, Octávio Mateus, Frederico Almada e a própria Augusta Gaspar. É um livro informativo e muito claro do ponto de vista científico. Nele passamos a conhecer aspectos históricos quer do criacionismo, quer do evolucionismo. Mas, acima de tudo, significativo é que o livro se tiver ampla divulgação, pode lançar o debate em Portugal, país que culturalmente ainda sofre do síndrome do atavismo religioso. E era mesmo bom que o debate passasse afazer parte das nossas vidas, porque o mundo de hoje é incomparavelmente diferente do de há um século atrás.
Domingo, 11 de Novembro de 2007
É dado seguro que o mercado livreiro em Portugal é limitado. Há várias razões que podem explicar esta realidade, entre as quais, julgo ser uma das principais, o espaço geográfico e cultural no qual se fala a língua portuguesa. Uma das outras razões, que pode ser considerada principal, é o facto dos consumidores comprarem poucos livros. Mas essa é a realidade que acontece com muitos outros produtos. Para que os produtos se vendem é necessário passar pelas regras elementares do marketing e da comunicação no sentido de fazer chegar o produto aos consumidores.
Rolando Almeida
Sexta-feira, 9 de Novembro de 2007
Chegámos, em poucos meses, às 30.000 visitas. O blog existe há mais tempo (cerca de 2 anos), mas o contador de visitas foi colocado há poucos meses atrás. 30.000 visitas para um blog com um só autor e de Filosofia em tão pouco tempo é um resultado considerado (por mim - risos) muito bom. Vou explicar brevemente o percurso do blog para que constitua um incentivo a colegas e interessados a iniciativas análogas. O blog surgiu como uma plataforma de distribuição de material aos meus alunos, principalmente textos, uma vez que tinha, na altura, adoptado na escola onde trabalho, Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco, um mau manual de filosofia do 10º ano (até por aqui já se justifica o trabalho que tenho feito com manuais).
Rolando Almeida
Quarta-feira, 7 de Novembro de 2007
Mas que excelente ideia, que devia ser copiada em Portugal. Qual o mal de copiar as boas ideias? Nenhum se com a cópia desenvolvemos os nossos mecanismos de divulgação e aprendizagem de um saber. A Taylor & Francis, em parceria com a Routledge, acaba de publicar uma pen drive, com preço acessível, com todo o material em texto que é necessário para se estudar filosofia, desde a bibliografia base, até textos de metodologia, e todas as importantes referências da história da filosofia. Ainda não comprei a minha pen drive filosófica, mas apresso-me a conhecer esta ideia que me parece bem sugestiva para as editoras portuguesas. E ainda sobra espaço na pen para guardar os nossos trabalhos e ensaios, guardando-os num convívio saudável com os textos clássicos. E porque não?
Terça-feira, 6 de Novembro de 2007
Agora que se aproxima o natal, é natural que tenhamos de ir à despensa buscar as bolas e o pinheiro, bem como todos os adereços da época para a decoração da casa, preparando-a para a celebração do nascimento de Jesus Cristo. Claro está que nos entusiasmamos muito mais com os doces da época festiva e os embrulhos que aparecem em volta da árvore de natal e do presépio, tudo numa manifestação de esquecimento do que estamos verdadeiramente a comemorar. Talvez só estejamos a comemorar porque gostamos de comemorar, mas fazemo-lo numa data específica, para ter um motivo. Também os adeptos do Futebol Clube do Porto parecem gostar de comemorar campeonatos lá mais para Junho.
Rolando Almeida
Segunda-feira, 5 de Novembro de 2007
Uma vez que a divulgação no portal da Sapo trouxe muitos visitantes pela primeira vez ao blog, retomando a questão da filosofia e da sua utilidade, volto a publicar o meu texto 10 falsas questões sobre a filosofia, uma vez que o mesmo mereceu bastantes comentários quando foi originalmente aqui publicado. Espero que o mesmo possa desfazer alguns equívocos elementares e que contribua para algum esclarecimento, mesmo tendo consciência que não elimina por completo a possibilidade de discussão do problema.
Rolando Almeida
Sábado, 3 de Novembro de 2007
Esta é uma questão menos inquietante quanto possamos pensar. Ou, pelo menos, é tão inquietante quanto a pergunta, o que é a Física, a Matemática ou a Biologia. Poderíamos responder que a Física trata dos fenómenos físicos ou que a Biologia é a ciência da vida. Mas estas são respostas circulares, a resposta não adianta nada à pergunta. Do mesmo modo podemos responder que a Filosofia é o conhecimento dos argumentos dos filósofos. Se pretendêssemos aprender pintura a primeira tarefa a esperar no nosso estudo seria começar a pintar. Do mesmo modo, a melhor forma de aprender filosofia é começar a filosofar.
Rolando Almeida
Sexta-feira, 2 de Novembro de 2007
A Filosofia no Ensino Secundário está destacada no portal SAPO. A Filosofia agradece a divulgação que bem merece e os parabéns ao bom trabalho de apoio da Sapo na construção dos nossos blogues. Hoje estamos de parabéns. E bem gostamos de prémios!!! Fica aqui a prova:

Rolando Almeida
O argumento ontológico pretende demonstrar a existência de Deus por meios puramente conceptuais. Primeiramente formulado por Anselmo de Aosta (1033-1109) no séc. XI, encontram-se diferentes variantes do mesmo em Tomás de Aquino (1225-1274), Descartes (1596-1650) e Leibniz (1646-1716). A estrutura do argumento é basicamente a seguinte:
1. Deus é o ser acima do qual nada de maior pode ser pensado.
2. A ideia de ser acima do qual nada de maior pode ser pensado existe na nossa consciência.
3. Se o ser correspondente a esta ideia não existisse, teria que faltar um predicado à ideia do mesmo, a saber, o predicado da existência, pelo que, nessas condições, essa ideia já não seria a do ser acima do qual nada de maior pode ser pensado, uma vez que seria lícito pensar-se num outro ser que tivesse exactamente os mesmos predicados que o anterior e, para além desses, também o da existência.
4. Logo, se a ideia de ser acima do qual nada de maior pode ser pensado existe, então o ser que lhe corresponde tem também que existir pois, se esse não for o caso, a ideia em causa deixa de ser a ideia que é, o que constitui uma contradição.
Enciclopédia de termos lógico filosóficos
A UNESCO lança este livro que apresenta um quadro do ensino da filosofia em várias partes do mundo reflectindo sobre a importância da sua aprendizagem nas crianças e nos jovens. O ensino da filosofia nas universidades também é destacado analisando a complexa rede, facetas e ramificações que esta área apresenta.
Está disponível para Download em Inglês (14.46 MB)
em francês ( 15.32 MB)
Esta informação chega em primeira mão pelo Telegrapho de Hermes
Quinta-feira, 1 de Novembro de 2007
Uma obra indispensável para percorrer alguns dos temas e autores mais actuais do pensamento crítico e filosófico.
Reúne traduções inéditas e segue o percurso dos programas de filosofia do ensino secundário, pelo que se dirige que "nem uma luva" para os dedos certos, alunos e professores.
É uma edição que marca uma ocasião rara no panorâma editorial português, que é a edição de antologias de textos essenciais, uma àrea vazia a poder ser preenchida por aqueles que realmente querem fazer um bom trabalho para e na filosofia. Por muito boa que possa ser a sofistificação filosófica, ela é um logro se não passar por edições como esta.
Pode ser directamente comprada aqui.