Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Filosofia no Ensino Secundário

Novidades editoriais de interesse para estudantes e professores de Filosofia.

A Filosofia no Ensino Secundário

Novidades editoriais de interesse para estudantes e professores de Filosofia.

Lições Públicas de Bioética

A Universidade Católica Portuguesa, a partir da sua extensão na cidade do Funchal, promove as Lições Públicas de Bioética.

Programa:

27/10/2006 - Prof.Dr.Daniel Serrão "O Sofisma da Eutanásia"

10/11/2006 - Prof.Dr.Silveira de Brito "A Ética e os Profissionais de Saúde Mental"

26/01/2007 - Prof.Dr.Roque Cabral "Conviver em e com o Pluralismo"

23/02/2007 - Prof.Dr.Alfredo Dinis "Bioética e Neurociências"

23/03/2007 - Prof.Dr.Henriques de Almeida "As células Estaminais:Esperanças e Dificuldades"

 

Extensão da UCP - Funchal das 18:30 às 20:00 horas.

Inscrições na Secretaria da Extensão da UCP-Funchal, Praça do Município.

Telefone: 291 222 457 (Srª Dona Fátima)

Porque Platão não tem uma teoria da arte?

Filosofar sobre a natureza da arte começa, como tantas outras coisas em filosofia, com Platão. Teorizar acerca da arte nunca foi uma preocupação central para Platão, mas tão só um meio para um fim ainda maior e mais importante para ele. Na República, por exemplo, Platão considera necessário dizer algo acerca da arte.(…) Na obra referida o que interessa é a organização da cidade numa sociedade ideal. Em geral, os filósofos, até há bem pouco tempo, seguiram o exemplo de Platão e não fizeram da filosofia da arte o centro da sua atenção. A prova disso é que o pouco que Platão referiu acerca da arte tal como o método filosófico que usou tiveram, com efeito, efeitos duradouros no pensamento filosófico sobre a arte.
O que Platão disse sobre a arte é que a arte é imitação. Esta afirmação não pode ser uma definição da arte, dado que, entendendo-a como uma definição, identifica a arte com a imitação, mas nem toda a imitação é arte. A afirmação de Platão é, no melhor dos casos, uma definição parcial, quer dizer, a pressuposição de que a imitação é uma condição necessária para que algo seja arte. Se Platão tivesse tido um interesse teórico centralizado na arte, quem sabe, teria tratado de especificar uma segunda condição ou um conjunto de condições ulteriores que distinguiriam aquelas imitações que são arte daquelas que não o são. Se tivesse feito esta especificação, então teríamos uma teoria platónica da arte.
 
George Dickie, El circulo del arte, una teoria del arte, Paidos, Barcelona, 2005
Tradução de Rolando Almeida

Seria Hume ateu?

Já mencionei a dificuldade de discernir de forma precisa a posição defendida por Hume acerca da religião, com base nos Diálogos Sobre Religião Natural. Não obstante o facto de se tratar da personagem intelectualmente mais próxima de Hume, Fílon não é um mero porta-voz do filósofo. Muitos dos contemporâneos de Hume partiram do princípio de que o filósofo era ateu e não existe qualquer dúvida de que se os Diálogos sobre Religião Natural tivessem sido publicados durante a vida de Hume, teriam sido tratados como prova conclusiva do ateísmo do seu autor. No entanto, Hume ficou genuinamente chocado quando se encontrou com ateus convictos, em Paris, na década de sessenta do século XVIII, ainda que a sua posição se possa ter alterado até ao final da sua vida.
A sua doutrina oficial era o cepticismo moderado, uma forma suavizada de cepticismo que nada aceita que não tenha sido verificado previamente, mas que não chega ao absurdo dos cépticos que tentam viver como se absolutamente nada pudesse ter sido como certo. O cepticismo moderado aplicado a questões religiosas aponta na direcção do ateísmo, mas não é equivalente a ele. O céptico moderado não aceitaria o Argumento do Desígnio como prova da existência e dos atributos do Deus cristão. Contudo, afirmar que não existem provas suficientes sobre as quais se possa fundamentar a crença na existência de Deus não é o mesmo que asseverar que Deus definitivamente não existe. Hume pode ter considerado o próprio ateísmo uma posição dogmática, isto é, uma posição para a defesa da qual não existem provas suficientes. Talvez, então, Hume acreditasse, de facto, tal como acontecia com Fílon, que o universo tinha tido um criador inteligente. No entanto, o filósofo acreditava evidentemente que a razão humana era insuficiente para permitir um conhecimento detalhado da natureza exacta desse criador, se é que existia um.
Hume faleceu sem possuir qualquer esperança numa vida para além da morte.
 
 
Nigel Warburton, Grandes Livros de Filosofia, Ed. 70, 2001, p.113-114
 
Obs: existe em português duas traduções da obra de David Hume, Diálogos Sobre Religião Natural, ambas de 2005. Uma é publicada pelas Ed. 70 e outra pela FCG, sendo que esta última inclui também a História Natural da Religião.

O Argumento do Contrato Hipotético de John Rawls

O principal pensamento de Rawls é que, embora a justiça requeira imparcialidade, a imparcialidade pode ser modelada através do pressuposto de ignorância. Isto abre caminho a um argumento do contrato hipotético. Para tornar isto claro, consideremos o seguinte exemplo (por acaso, não é apresentado por Rawls).
Suponhamos que, num futuro não muito distante, deixa de haver oferta de árbitros de futebol. (Imaginemos que, desiludidos com os insultos que lhes são dirigidos pelos jogadores, passam a dedicar-se todos ao tiro com arco.) Para muitos jogos, torna-se impossível descobrir um árbitro neutro. Suponhamos que foi isto que se passou no jogo entre o F. C. Porto e o Benfica e suponhamos também que o único árbitro qualificado a assistir ao desafio é o presidente do F. C. Porto. Compreensivelmente, o Benfica não aceita a proposta de que seja ele a arbitrar o jogo. Contudo, a Liga de Futebol sabe que este problema surge de tempos a tempos e, por isso, inventou um fármaco. Quando tomamos esta substância, a nossa conduta é perfeitamente normal, com excepção de um aspecto: temos uma perda muito selectiva de memória. Deixamos de ser capazes de dizer qual o clube de futebol de que somos presidentes ( e também não conseguimos ouvir qualquer pessoa que tente recordar-nos). Tendo tomado o fármaco em questão, como iria o presidente do F. C. Porto arbitrar o jogo?
A resposta é: poderia ser imparcial. Sabe que é presidente de um dos dois clubes, mas não qual. Assim, se escolher favorecer aleatoriamente uma equipa, pode vir a descobrir que prejudicou o seu próprio clube. Se presumirmos que ele não quer correr o risco de malograr injustamente as perspectivas do seu clube, só lhe restará agir tão justamente quanto lhe seja possível e deixar o jogo desenrolar-se de acordo com as regras. A ignorância gera imparcialidade.
Com isto em mente, podemos analisar a concepção de Rawls da posição original. As pessoas na posição original – os contratantes hipotéticos – têm à sua frente um «véu de ignorância» que não lhes permite aperceberem-se das suas circunstâncias particulares. Devido a esta ignorância, não sabem como ser parciais a seu favor e, assim, vêem-se obrigadas a agir imparcialmente.
 
Jonathan Wolf, Introdução à Filosofia Política, Gradiva, col. Filosofia Aberta, 2004, pp.222-224
Obs: Na tradução portuguesa os clubes de futebol aparecem como no original, o United e o City. Alterei para o contexto português.

Apagamento dos Filósofos?

«A tese central de Portugal Hoje: O Medo de Existir, o best-seller de José Gil é que há uma marca distintiva da mentalidade portuguesa: a sua dificuldade em inscrever a teoria na acção. Será uma tese autobiográfica?»

Leitura integral deste texto em: www.criticanarede.com

É preciso queimar Heidegger?

                                                      
 
“Devo decidir-me pela tarefa cuja realização me permita servir da melhor forma a obra de Adolf Hitler.”
                                 Heidegger
 
 
            A publicação da obra de Emmanuel Faye, Heidegger, L’introduction du nazisme dans la philosophie (Autour des séminaires inédits de 1933 – 1935), Éditions Albin Michel, 2005, representa uma séria intenção de provar em definitivo a faceta nazi de Heidegger e, mais do que isso, constitui uma tentativa de erradicação do seu nome do número dos filósofos e pensadores do séc. XX, destituindo a sua obra e relegando-a para um «índex» de autores maléficos. Esta dupla intenção, surgindo unificada, deve ser abordada de forma distinta.
            Ao longo de mais de quinhentas páginas, Faye analisa detalhadamente o percurso intelectual de Heidegger, desde o período anterior a 1933, com a vida académica e o envolvimento da universidade; os seminários de 1933 – 1935, onde se patenteia uma ontologização do nazismo; o seminário sobre Hegel e o Estado e a proclamação da perenidade do Führerstaat; as conferências de Brême e o negacionismo, após a derrota da Alemanha. Descrevem-se ainda o anti-semitismo presente em textos como as Contribuições para a Filosofia (Beiträge), o Koinon e o Besinung. Simultaneamente são descritas as suas relações com os seus contemporâneos mais ilustres, os seus discípulos e a interpretação tipicamente hitleriana devotada a Nietzsche e a Hölderlin, o que não era uma novidade na época. Sairá Heidegger intocado deste retrato de execração? No final da leitura, embora colocando reservas à conclusão de Faye, demasiado ideológica e fundamentalista, propondo mesmo a retirada dos livros de Heidegger das bibliotecas do planeta, é difícil ficar indiferente a um panorama tão arrasador.
              Como reitor da universidade de Friburgo, Heidegger esforçou-se por introduzir o princípio do Führer junto dos estudantes e por acertar o passo (Gleichschaltung) com a situação política emergente, o que implicava duas consequências: a exclusão dos adversários políticos e dos judeus e a promoção da educação política nazi; terá mesmo participado na queima de livros discursando diante das chamas qual profeta dos novos tempos. Aplicou com zelo a «Lei para a reconstituição da função pública» de 1933, que originou o afastamento do seu assistente semi-judeu Werner Brock e de Husserl, promovendo racistas como Erik Wolf na faculdade de Direito.
            Heidegger parece ter adoptado com todo o vigor o conceito claramente nazi da vida völkisch, a exaltação do sangue e da terra. Como não pensar imediatamente em Auschwitz-Monowitz e em Büchenwald, e na viagem relatada por Wiesel em A Noite? Como esquecer os episódios da grande peregrinação relatada por Robert Antelme, n’A Espécie Humana?
            O seu insustentável nazismo filosófico pode encontrar uma defesa acérrima por parte dos ortodoxos; porém, o retrato de Heidegger acabará por se sobrepor ao de Hitler, mantendo-se numa zona cinzenta e ambígua, e aqui Faye indubitavelmente marca pontos. Faye avança teses bem arrojadas, chegando a afirmar que Heidegger escrevia alguns discursos de Hitler e que pretendia mudar-se para Munique para estar mais próximo do seu Führer.
Polémica é ainda a colagem que Faye leva a cabo de todo o pensamento de Heidegger, desde Sein und Zeit às conferências inéditas, à ontologia racista e eugénica. Dá o exemplo do §74 daquela obra, onde o individualismo é rechaçado em favor da comunidade e o Mitsein mais não é do que o pensamento da Volksgemeinschaft, essa comunidade do povo alemão perspectivada como «raça dura». De facto, fazer corresponder a diferença ontológica entre o ser e o ente à relação entre o Estado e o povo para concluir que o Estado é o Ser do indivíduo, é uma autêntica estatização da vida, conceito que dá origem à noção de biopoder em Foucault. O povo deve amar o Estado, reger-se por um eros face ao Estado; trata-se do Estado total, o Estado do Führer (Führerstaat) que deve alargar o seu espaço vital. Nesta apologia do Estado total, Heidegger parece não ter percebido a realidade do político na sua época, ao contrário da sua aluna predilecta, Hannah Arendt. Na verdade, o nazismo constituiu um Estado-Partido e em muitos aspectos era o partido que controlava a economia. Hitler passeava-se com Göring nas montanhas e definia a política económica sem que o ministro da economia, Schacht, soubesse o que se estava a passar. O memorando de Hitler para a economia, um dos documentos mais extensos que ele escreveu como ditador (6 pags.), foi primeiro divulgado no comício anual do partido. [Cf. Richard Overy, The Dictators, p. 414] Para a questão do Estado, presente na sua conferência inédita, Hegel, über den Staat, Heidegger vai buscar inspiração em Hegel e à obra racista de Schmitt, Staat, Bewegung, Volk, para concluir, não sem equívoco, que a essência do político se confunde com a essência do Estado como afirmação de si (Selbstbehauptung). (p. 383/390) Na verdade, nos doze anos do regime nazi, Estado e Partido atropelaram-se num caos burocrático permanente. Mas isto não impedia a visão apologética do Estado nacional-socialista como realização e fim da História.
Deixem-me citar, pelo menos, uma inquietação heideggeriana, uma pequena aflição sobre a perda do líder, capaz de nos provocar agora um sorriso: «Dentro de sessenta anos, o nosso Estado já não será certamente conduzido pelo Führer. Assim o que ele se tornará então, depende de nós. É por isso que devemos filosofar.» (p. 359)
Heidegger preocupou-se politicamente com o destino da Alemanha enquanto Estado e com a sua marca (Prägung) no povo. Para ele o sentido da dominação (Herrschaft) apenas poderia resultar da ligação entre uma forma de conduta (Führung) e a submissão (Gefolgschaft). É esta articulação entre liderança e submissão que reflecte o princípio hitleriano, com a recusa do individualismo, do liberalismo, do marxismo e da democracia parlamentar. A «saúde do povo», conclui ele, reside na unidade do sangue e da linhagem com a raça. (p. 195) Daí a alusão ao laço vivo (lebendige Verbundenheit) que une a vontade do Führer à sua Gefolgschaft para a coesão da comunidade. Como escreve ness a conferência inédita: “Só no momento em que o Führer e aqueles que ele conduz se unem num único destino e combatem para a realização de uma ideia é que cresce a verdadeira ordem.” (p. 230) Não poderia estar mais explícita a relação Führung-Gefolgschaft para a ordem do Estado nazi, mas é preciso acrescentar que daqui derivou a exclusão dos impuros, dos doentes, daquelas vidas que não mereciam viver, enfim, da eugenia que levou à Shoah. Terá Heidegger pactuado conscientemente com este princípio de exclusão e de extermínio, a ponto de comprometer a filosofia neste desígnio? O apelo à submissão à vontade do Führer, originador da comunidade, é igualmente uma mobilização guerreira contra os que não partilham desse destino völkisch. Daí o tema de um novo começo nacional-socialista, que deve assumir a confrontação com o «Asiático», que mais não é do que o judeu e o bolchevista. Disse Heidegger: “Mas a verdadeira liberdade histórica dos povos da Europa é a condição prévia para que o Ocidente venha uma vez mais a si próprio de maneira histórico-espiritual, para assegurar o seu destino na grande decisão da Terra contra o Asiático.” (p. 183) Isto significa uma germanização da Europa e do mundo, bem presente nas propostas de Hitler em Mein Kampf.
Faye relata as amizades nazis entre o filósofo e Staddelmann, Rothacker, Rosenberg, Oskar Becker e Schmitt, sendo que este último o leva ao tema da luta das raças onde a distinção política amigo/inimigo impõe o aniquilamento do estrangeiro, o que pertence a outra raça (andersgeartet). Nestes cursos existe claramente uma apologia da guerra, recolhida na noção polemos do fragmento 53 de Heraclito e identificada à guerra (Krieg). Qual o sentido desta confrontação? Como escreve Heidegger: “A essência do ser é o combate; todo o ser passa pela decisão, pela vitória e pela derrota.” (p. 277) Num texto de 1941-1942, A Metafísica de Nietzsche, é dito que o princípio de instituição de uma selecção racial é «metafisicamente necessário». (p. 440) Todavia, o princípio mais devastador que é avançado é o pensamento da raça (Rassegedanke), identificado não ao biologismo mas à subjectividade e à afirmação de si (Selbstbehauptung) como dominação de um povo e, simultaneamente, essência da metafísica. Neste contexto surgem episódios verdadeiramente cómicos, quando Heidegger declara que a motorização da Wehrmacht não era um fenómeno ligado ao tecnicismo mas um «acto metafísico».
No entanto, este afã de desacreditar a obra de Heidegger comporta os seus riscos. Deveremos lançar aviões contra um edifício cheio de heideggerianos reunidos em congresso? A liberdade que Heidegger refutou não pode ser-lhe agora retirada com o mesmo ímpeto discriminatório, a coberto de uma vontade de linchamento. Subsiste, no entanto, uma inquietante pergunta: é a filosofia, enquanto pergunta fundamental sobre o ser, compatível com o totalitarismo e com o extermínio?
Acusando Heidegger de ser um destruidor da moral devido à sua influência perniciosa sobre os espíritos, Faye remata com uma conclusão que releva de uma tonalidade algo patética. Para ele, importa escorraçar Heidegger do círculo dos filósofos porque “Se os seus escritos continuarem a ser difundidos à escala planetária sem que seja possível travar esta intrusão do nazismo na educação humana, como não esperar que isso conduza a uma nova tradução em factos, da qual a humanidade, desta vez, poderá não se reerguer?” (p. 518)
Agamben defende que, depois dos campos de concentração, a política tradicional não pode voltar a ser a mesma. E a filosofia?
 
 
JOSÉ CASELAS
Professor de Filosofia - Lisboa

DILEMA DE ÊUTIFRON

Dilema apresentado pela primeira vez por Platão no diálogo Êutifron. Este dilema proporciona um argumento poderoso contra a teoria dos mandamentos divinos. Podemos introduzi-lo através desta pergunta, onde x é um acto como matar, roubar ou mentir: x é errado porque Deus julga que x é errado, ou Deus julga que x é errado porque x é errado? Se optarmos pela segunda hipótese, temos de rejeitar a teoria dos mandamentos divinos, porque estamos a presumir, afinal, que certas coisas são erradas independentemente do que Deus pensa sobre elas. Se optarmos pela primeira hipótese, temos de concluir que, se Deus considerasse bom fazer coisas como matar, roubar ou mentir, então seria bom fazer essas coisas.
 
Pedro Galvão, «Dilema de Êutifron», in. Dicionário Escolar de Filosofia, Org. Aires Almeida, Ed Plátano, CEF-SPF, p.51 (o artigo, apesar de curto, foi reduzido para publicação no Blog)
 
PLATÃO - ÊUTIFRON
 
Sócrates – Então, a piedade é amada pelos deuses, porque é piedade, ou é piedade, porque é amada pelos deuses?
(…)
Sócrates – O que eu quero dizer é isto: se alguma coisa age ou é afectada, não é por ser agente que ela age, mas é porque age que ela é agente; nem é por ser uma coisa afectada que ela é afectada, mas é porque é afectada que ela é uma coisa afectada. Concordas com isto?
Êutifron – Concordo.
Sócrates – Então, o que é amado, ou age sobre algo, ou é afectado por algo?
Êutifron – Decerto.
Sócrates – Portanto é como anteriormente: não é por ser uma coisa amada que uma coisa é amada pelos que a amam, mas é porque a amam que ela é uma coisa que é amada.
 
Platão, Êutifron, INCM, p. 44-45 10-b, 10-c

Nova Configuração no Blog

Agradeço todas as sugestões. Com meia dúzia delas recebidas, é consensual a ideia que a leitura exige fundo branco ou de tonalidade clara.

Operei estas mudanças e espero que a leitura se revele do agrado de todos.

A ideia era mudar de rosto uma vez ao ano. Tal acabou por acontecer ao fim de cinco meses de existência do Blog

Rolando Almeida

Sugestões Para o Blog

Caros leitores,

Visando alguma interactividade na construção deste Blog, gostaria de deixar aqui um apelo para que me dessem a indicação sobre se a cor de fundo a preto ajuda à leitura ou se pensam que deve ser alterada.

Agradeço toda e qualquer sugestão que deve ser enviada ou nos comentários do próprio Blog ou, em alternativa, para o e-mail: rolandoa@netmadeira.com

 

Obrigado

Rolando Almeida

Sobre a Liberdade de Pensamento e Discussão

Impedir que uma opinião seja ouvida porque têm a certeza de que é falsa é estar a partir do princípio de que a sua certeza é a mesma coisa que certeza absoluta. Todo o silenciar de uma discussão constitui uma pressuposição de infalibilidade.

John Stuart Mill, Sobre a Liberdade, Ed.70, 2006 (tradução Pedro Madeira)p.52

Pág. 1/2

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Blog de divulgação da filosofia e do seu ensino no sistema de ensino português. O blog pretende constituir uma pequena introdução à filosofia e aos seus problemas, divulgando livros e iniciativas relacionadas com a filosofia e recorrendo a uma linguagem pouco técnica, simples e despretensiosa mas rigorosa.

Arquivo

  1. 2009
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2008
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2007
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2006
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D