Liberdades e questões da arte
O quadro de Gustave Courbet encontra-se exposto no Museu D'Orsay em Paris
O recente episódio da apreensão de livros com o quadro de Gustav Coubert na capa, pela parte da PSP de Braga suscita muitas questões. As que directamente podem ser pensáveis pela filosofia tentam responder aos problemas: O que é a arte? O quadro em causa é moralmente errado? Até que ponto deve a autoridade do estado decidir sobre as liberdades das pessoas? Que dizer, por exemplo, da moralidade da obra de Spencer Tunick que consiste em fotografias de centenas de corpos completamente nus fotografados em cenários naturais ou preparados? Que dizer de obras da literatura tão radicais como As onze mil vergas de Apollinaire ou Sexus Nexus, Plexus de Henry Miller? Será que devemos censurar a exibição pública do espectáculo dos La Fura Dels Baus, XXX? Qual a fronteira entre a representação da obra de arte e a ofensa moral? Não tenho respostas finais a todos estes problemas, mas parece-me que a decisão da PSP foi errada e viola determinados princípios que garantem a liberdade das pessoas, ainda por cima tratando-se de um universo artístico devidamente contextualizado.
Fotografia do consagrado artista Spencer Tunick
Capa da obra As onze mil vergas de Apollinaire