Dinheiro como valor instrumental para a felicidade
Hoje deparei-me com um inquérito no portal da Sapo sobre uma conferência do tema “dinheiro / felicidade” o inquérito questiona os visitantes se o dinheiro é ou não é felicidade ou se ajuda a ser feliz. Claro que a resposta exige múltiplos argumentos e contra argumentos. Mas, para abreviar, se nos centrarmos na tese que defende que o dinheiro traz felicidade basta pensar nos milhares de casos em que as pessoas tem dinheiro mas não são felizes, casos esses que constituem bons contra exemplos. Isto para não pensar que o próprio dinheiro é que acarreta infelicidade numa parte significativa dos casos dos ricos infelizes. Uma das razões pela qual isto acontece com alguma frequência é porque as pessoas, no geral, tendem a confundir valores últimos com valores instrumentais. Ora, o dinheiro, independentemente se é um acontecimento bom ou mau possui um valor instrumental. Como valor instrumental ele tanto pode como não contribuir para a felicidade de alguém. Uma das excelentes leituras que me lembro de ter feito sobre este problema é a de Peter Singer, Como havemos de viver? A ética numa época de individualismo, Dinalivro. Mas também recordo um capítulo de um ensaio do filósofo francês Pascal Bruckner que diz qualquer coisa como (adaptado): “se o dinheiro não vos tráz felicidade podem depositá-lo na minha conta (pedir NIB)”.