Vida eterna
Provavelmente não terei tempo para ler este livro, mas tenho gosto em saber que mais um dos muitos livros do filósofo espanhol Fernando Savater foi publicado entre nós. O ritmo a que Savater publica é invejável. Tem uma escrita acessível e cheia de bom humor e é um dos mais respeitáveis divulgadores da filosofia peninsulares. Goste-se ou não, são precisos muitos Savaters para mostrar às pessoas o valor da filosofia, porque a filosofia é feita por pessoas, para as pessoas nela se interessar.
Fernando Savater, A vida Eterna, D Quixote, 2008
Sinopse
Em pleno século XXI, época tecnológica e presumivelmente materialista, as crenças religiosas voltam a estar no centro do debate ideológico e político. Despertam paixões, comovem multidões, endeusam certos líderes e provocam atentados terroristas. Os partidários da ciência pura e dura escandalizam-se; outros, em contrapartida, consideram que é indispensável uma qualquer espécie de fé sobrenatural para se poder suportar a vida e, acima de tudo, a certeza da morte.
Este livro trata da religião ou, antes, das religiões: em que consiste acreditar, em que acreditamos ou não acreditamos e que vínculo conservam estas crenças com a mais importante e central de todas – o anseio pela imortalidade. Contudo, fala-se também da verdade, da diferença entre credulidade e fé, das vias não dogmáticas do espírito, das implicações políticas próprias das ortodoxias fanáticas, do papel da formação religiosa na educação das democracias laicas, etc.
E também – talvez mais do que tudo – de como é possível viver a fazer frente ao inevitável, sem concessões ao pânico nem excessos de esperança.