Novo ano lectivo com novos manuais
Como tenho defendido, o trabalho de análise crítica e pública de manuais deve ser feito. Não acredito que o Ministério da Educação tenha os meios para proceder à certificação de manuais, a não ser por decreto de lei feito na maioria das vezes por quem não sabe nem compreende da matéria. Quem deve fazer os manuais de filosofia são os professores de filosofia, quem os deve analisar e criticar, são os professores de filosofia. Grande parte do relativo sucesso deste blog deve-se ao trabalho de análise de manuais que tenho feito. Na primeira vez que fiz análise de manuais recebi algumas críticas pessoais menos bondosas, tais como a de que possuo interesses comerciais. Na verdade eu posso ter interesses comerciais e ainda assim defender bons manuais. Não vejo qual o problema disso. Na prática não tenho quaisquer interesse comercial. A melhor forma que arranjei para o mostrar foi abrir o blog à participação de todos, de qualquer modo não tive a participação dos meus mais ferozes críticos. Em época de novo ano lectivo, vamos todos iniciar o 11º com novos manuais. Desde já fica expresso aqui o convite para todos aqueles que desejarem apontar limitações e vantagens dos manuais com os quais vão trabalhar, que o possam fazer aqui neste espaço. Da minha parte continuarei a fazer o meu trabalho, com os manuais que estão adoptados na escola onde trabalho. Se os colegas fizeram o mesmo com os seus manuais, estou certo que contribuiremos todos para melhor defeitos e polir a disciplina. Para nota final resta dizer que continuo sem compreender por que razão os próprios autores não podem fazer este trabalho, principalmente quando falamos de filosofia, onde a discussão activa e crítica deveria constituir a principal prerrogativa. Não o fazem porque no nosso meio, discussão crítica pública é coisa levada a mal. Se temos filosofia no ensino secundário deveria também ser precisamente para mudar este comportamento medieval.